Manifestantes protestaram em frente à residência oficial do primeiro-ministro do Japão, em Tóquio. Crédito de imagem: Takashi Aoyama/Getty Images

Manifestantes sul-coreanos protestaram em frente à residência oficial do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em 10 de julho, contra o plano do Japão de descartar água contaminada no Oceano Pacífico. A substância está armazenada na usina nuclear de Fukushima e contém certa quantidade de radiação, o que, segundo ambientalistas, poderia prejudicar a saúde de pessoas e animais marinhos.

Usina nuclear: serve para produzir energia elétrica a partir de elementos radioativos, como urânio.

Radiação: energia em ondas eletromagnéticas. Alguns tipos de radiação são extremamente perigosos para a vida humana. Já as ondas eletromagnéticas são tipos de energia que se propagam pelo espaço. Elas são usadas em máquina de raio X e até televisões.

A enorme quantidade de água armazenada em Fukushima foi utilizada, ao longo dos anos, para contenção de danos na usina (saiba mais abaixo). A água a ser descartada, segundo representantes da Tepco, companhia responsável pela usina, já passou por um processo de purificação capaz de eliminar boa parte dos elementos perigosos para o meio ambiente. Dois desses elementos, no entanto, são extremamente difíceis de ser removidos e permanecem na água: o trítio e o carbono-14.

A revolta dos vizinhos do Japão, como a população das Coreias (do Sul e do Norte) e da China, intensificou-se depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou o plano de descarte elaborado pela Tepco. Segundo representantes da Aiea, o nível de contaminação da água não apresenta riscos aos países locais e à vida marinha. Além disso, o plano determina que a água seja descartada no Oceano Pacífico ao longo de 30 anos, fazendo com que a concentração de elementos radioativos não seja tão grande.

Quem é contra a decisão, por sua vez, aponta que a Tepco não apresentou justificativas que garantam com certeza que o plano não afetará o meio ambiente. O diretor-geral do Departamento de Assuntos Asiáticos, do Ministério das Relações Exteriores da China, Liu Jinsong, por exemplo, disse em uma reunião com representantes do governo japonês, no dia 5, que o descarte da água afetaria a saúde de pessoas de todos os países, além do ambiente marinho, e enfatizou que o Japão deveria voltar atrás.

A tragédia na Usina Nuclear de Fukushima

A usina de Fukushima passou a usar muita água para resfriar os reatores, superaquecidos por um tsunami ocorrido em 11 de março de 2011. Na ocasião, um intenso terremoto ocasionou ondas gigantes, que atingiram a usina, provocando explosões. Mais de 160 mil pessoas tiveram que fugir em consequência da radiação liberada em um dos piores acidentes nucleares da história. Mais de 40 mil seguem desabrigadas pelo desastre, que deixou 18.428 mortos e desaparecidos.


Fontes: Kcna, Aiea, China.gov, Japan.gov, Tepco, Greenpeace, CNN, BBC, Tempo, Época Negócios, Xinhua e Reuters.

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