Em 21 de julho, o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, divulgou uma nota afirmando ter desistido de concorrer à reeleição para a presidência do país, declarando apoio à candidatura da vice-presidente Kamala Harris. A substituição, no entanto, ainda não é oficial.

*Segundo Jaime Harrison, presidente do comitê do Partido Democrata (do qual Kamala e Biden fazem parte), a legenda deve ter, até o dia 7 de agosto, um candidato para disputar contra o ex-presidente Donald Trump (do Partido Republicano). Já entre 19 e 22 de agosto, os democratas realizarão uma convenção que servirá mais como um cerimonial para oficializar a nova chapa. As eleições dos EUA estão marcadas para 5 de novembro.

“Foi a maior honra da minha vida servir como presidente e, embora minha intenção fosse buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu renuncie à candidatura e me concentre exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como presidente durante o resto do meu mandato”,

declarou Biden em comunicado oficial, traduzido livremente do inglês.

A desistência se deu, sobretudo, em virtude da forte pressão — de dentro e fora do partido de Biden — para que o presidente deixasse a disputa. O baixo desempenho em um debate contra Trump, a idade elevada (81 anos) e erros que Biden vinha cometendo em pronunciamentos são alguns dos motivos que levaram parte do seu próprio eleitorado a apoiar a saída do democrata.

Eleições dos EUA

Quais partidos disputam a eleição?
Os dois principais partidos são o Democrata (cor azul) e o Republicano (cor vermelha). A maioria das pessoas vota em um dos dois, embora outras siglas também costumem entrar na disputa.

Como os norte-americanos votam?
Pode ser pessoalmente (em uma escola, igreja ou livraria, por exemplo) ou pelo correio. No segundo caso, o cidadão solicita que a cédula de votação seja enviada a ele. Cabe à pessoa preencher a cédula com o voto e mandá-la pelo correio. Alguns estados também permitem votar dias antes da data da eleição.

Como funcionam as eleições dos EUA?
O sistema é diferente do usado no Brasil, em que o candidato que recebe o maior número de votos da população se torna presidente. Nos EUA, um candidato pode ter a maioria dos votos da população e não ser eleito presidente. Entenda por que isso acontece:

1. Os cidadãos votam em um candidato a presidente. Se a maioria dos eleitores de um estado votar no candidato A, isso mostra que ele é o favorito da população local. Essa informação será levada em consideração pelos delegados do estado (pessoas envolvidas com política ou algum partido).
2. Os EUA têm 50 estados. Cada um possui determinado número de delegados. O número varia, principalmente, de acordo com o tamanho da população — estados com população maior têm mais delegados. A Califórnia, estado mais populoso do país, com 37 milhões de habitantes, possui 55 delegados. O Alasca, com 730 mil pessoas, tem três.
3. Os delegados são, de fato, os indivíduos que votam diretamente para presidente. Em geral, eles votam na pessoa que teve a preferência da população do estado. Por exemplo: se no Alasca o candidato A teve 30% dos votos da população e o candidato B teve 70%, todos os delegados do estado votarão no candidato B. Ou seja, o candidato B ganha 3 votos (ou delegados) com a vitória no Alasca.
4. Usando agora a Califórnia como exemplo, com seus 55 delegados. Se o candidato A teve 80% dos votos e o candidato B teve 20%, isso significa que os 55 delegados deverão votar no candidato A.
5. Comparando os resultados nos dois exemplos: Alasca – candidato B levou 3 votos; Califórnia – candidato A levou 55 votos
6. Os EUA têm 538 delegados — cada um representa um estado e tem direito a um voto. Para se tornar presidente, o candidato precisa obter 270 votos de delegados. Por isso, vencer em um estado com muitos delegados, como a Califórnia, é considerado uma vitória. Mesmo que haja mais votos da população em determinado candidato, ele não se torna o presidente se não chegar à marca dos 270 delegados.

Fontes: Joe Biden (X), G1, NY Times, O Globo e AP News.

*MATÉRIA ATUALIZADA EM 23 DE JULHO, ÀS 10H45.

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