Cerca de um mês após a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificar a varíola dos macacos como emergência global, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, em 25 de agosto, a importação de um imunizante e um medicamento contra a doença para o Brasil. A liberação dispensa a necessidade de registro pela entidade, para facilitar o acesso a esses itens, e vale por seis meses. Apenas o Ministério da Saúde poderá realizar a compra, o que significa que os produtos só serão encontrados na rede pública.

Para autorizar o uso, a Anvisa se baseou em pesquisas da Agência Europeia de Medicamentos e da Agência Norte-Americana de Comidas e Medicamentos (EMA e FDA, respectivamente, nas siglas em inglês), que confirmaram a segurança e eficácia de ambos.

O medicamento (chamado de tecovirimat) pode ser tomado por quem pesa ao menos 13 quilos — incluindo crianças e adolescentes — e será administrado em pacientes com risco de desenvolver as formas graves da doença. Já o imunizante (conhecido nos Estados Unidos como Jynneos e na União Europeia como Imvanex) só foi liberado para quem tem 18 anos ou mais. A previsão é de que 20 mil doses cheguem ao país em setembro e que mais 30 mil sejam entregues no mês seguinte.

Até o fechamento desta edição, o Brasil tinha 5.409 casos da doença e duas mortes registradas.

Como é a vacina?
O imunizante que está sendo usado foi desenvolvido para prevenir a varíola humana (doença bem mais grave e transmissível), mas oferece certa proteção vacina e remédio contra varíola dos macacos são aprovados pela anvisa Adolescente se vacina em Manaus, no Amazonas contra a dos macacos. A vacina foi usada anteriormente no mundo, principalmente entre 1967 e 1977, quando a varíola humana era uma ameaça e a OMS lançou o Programa Intensificado de Erradicação para contê-la. “Parece que quem já a recebeu tem, sim, alguma proteção contra a monkeypox [varíola dos macacos], mas não há como saber o tamanho dessa imunidade”, explica o doutor Marcio Nehab, pediatra e infectologista pediátrico do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

No Brasil, o imunizante deixou de ser distribuído em 1979. Assim, “como a varíola humana foi erradicada do mundo, somente poucos centros de alta segurança ainda têm essa vacina”, esclarece o doutor Marcio. Daí a necessidade da recente autorização da Anvisa.

#pracegover: Em cima de um balcão estão um frasco de vacina contendo o líquido que previne contra a varíola dos macacos, além de duas seringas. Crédito de imagem: Mario Tama/Getty Images

Varíola dos macacos pode ser erradicada da Europa, segundo OMS
Em comunicado feito em 30 de agosto, a OMS disse que a varíola dos macacos está desacelerando tanto na Europa que pode ser erradicada no continente, desde que medidas indicadas pela entidade sejam respeitadas (como o isolamento dos pacientes infectados). A região chegou a ter o maior número de doentes no primeiro semestre deste ano — a OMS estima que, entre 1º de janeiro e 15 de junho, 84% dos casos no mundo estavam na Europa

Fontes: Centers for Disease Control and Prevention (CDC), CNN Brasil, Folha de S.Paulo, Ministério da Saúde, OMS e UOL.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 193 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • Paulo Montanha de Andrade

    1 ano atrás

    Essa reportagem foi extravagante !!!! Eu nunca pensei que com pouco tempo de doença teriam só duas mortes.

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