No dia 10 de novembro, a Federal Food and Drug Administration (FDA) — agência dos Estados Unidos que controla a utilização de alimentos, medicamentos e cosméticos no país — aprovou o uso da primeira vacina do mundo contra a chikungunya. O imunizante, denominado Ixchiq, foi desenvolvido pela empresa franco-austríaca Valneva em parceria com o Instituto Butantan, do Brasil, o maior produtor de vacinas da América Latina. O novo imunizante é indicado para pessoas com mais de 18 anos que vivem em áreas de risco.

De acordo com os dados apresentados pelos cientistas, 98,9% das pessoas que receberam a vacina criaram anticorpos contra a doença. Aplicada em dose única, ela foi obtida a partir de uma versão enfraquecida do vírus vivo, que estimula o organismo a desenvolver uma memória imunológica. Assim, se a pessoa tiver contato com o vírus, o corpo dela conseguirá se proteger.

No Brasil, o Instituto Butantan deve pedir a autorização do uso do imunizante para a agência regulatória brasileira, a Anvisa, no primeiro semestre de 2024. A Ixchiq está sendo testada em 750 adolescentes que vivem em áreas com incidência da doença, nos municípios de São Paulo (SP), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Manaus (AM), Campo Grande (MS), Boa Vista (RR), São José do Rio Preto (SP) e Laranjeiras (SE). 

#pracegover: mosquito preto com listras brancas e “barriga” vermelha está picando a pele de uma pessoa. Crédito de imagem: Getty Images

O que é a chikungunya? 
A chikungunya é uma doença causada pelo vírus de mesmo nome. As pessoas são contaminadas pela picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti, que também transmite a dengue, e Aedes albopictus, que também pode carregar o vírus da febre amarela. O indivíduo infectado tem sintomas como febre e dores nas articulações, além de dores nos músculos. Até o dia 7 de junho de 2023, o Brasil registrou 118.448 casos da doença.

Por enquanto, não existe um remédio específico para o tratamento, apenas medidas de prevenção à reprodução do mosquito causador, como evitar recipientes com água parada. Por isso, a nova vacina contra a doença é considerada um avanço importante para a saúde. 

Glossário

Memória imunológica: é a capacidade do sistema imunológico de reconhecer um antígeno (substância que provoca a formação de anticorpos) com o qual entrou em contato anteriormente e começar a combatê-lo. 

FONTES: O GLOBO, VEJA, G1, CNN BRASIL, AGÊNCIA BRASIL, FIOCRUZ E MINISTÉRIO DA SAÚDE. 

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 216 do jornal Joca

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