Crédito de imagem: Colégio Vital Brazil/reprodução

“O que você vai ser quando crescer?” é uma das perguntas mais feitas às crianças. Enquanto para os mais novos esse tema pode ser distante, à medida que o estudante se aproxima do ensino médio, o futuro acaba parecendo mais real e, muitas vezes, assustador. Por isso, é consenso que o preparo para a vida depois da escola deve ser gradual, respeitando o tempo de cada um.

É desse modo que André Rebelo, coordenador pedagógico do Colégio Vital Brazil, em São Paulo (SP), acompanha seus estudantes do ensino médio. Para os alunos do ensino fundamental, André pensa que uma boa maneira de falar sobre o futuro é voltando um pouco para o passado. “Quais histórias meus pais e avós têm para contar?” Além disso, é a partir das experiências que cada criança vive que, lá na frente, ela poderá se identificar com determinadas áreas. 

No fim de cada ano, o coordenador e professores do ensino médio, além de estudantes que estão se formando, conversam com os alunos do 9º ano sobre como é a experiência no ensino médio. Já na primeira série, os estudantes têm, quinzenalmente, uma disciplina chamada Projeto de Vida, em que se trabalha com questões da própria existência do aluno.

“Não dá para eu fazer um projeto de vida se eu não pensar que estou vivo agora”,

explica André.

Nessa aula, aprende-se também coisas práticas, como organização. “O jovem já tem angústias, então temos que falar do presente.” Depois, na 2ª e 3ª série, a escola faz uma trilha que passa por autoconhecimento, identificação profissional, apresentação das profissões e elaboração de possíveis planos. 

Crédito de imagem: Colégio Vital Brazil/reprodução

“Eu sinto que o meu preparo para a vida depois da escola está sendo muito bom, graças aos professores e à coordenação. Além de eles guiarem a gente para passar no vestibular, ajudam com muitas conversas sobre a vida profissional. Então, além [de falar sobre] faculdade, eles contam como é fazer estágio, trabalhar etc. (…) Eu pretendo entrar em uma universidade no curso de relações internacionais e, assim que possível, já quero começar a estagiar na minha área para ver as melhores ofertas de emprego. Confesso que, quando penso no futuro, eu me sinto meio ansiosa também, mas muito animada com todas as possibilidades que tenho pela frente (…). Dá uma ansiedade saber que você tem muitas coisas para decidir, mas também é animador saber que há tantas opções.”

Beatriz, aluna da 3ª série do ensino médio no Colégio Vital Brazil, em São Paulo (SP).

Cultivando Sonhos

Na escola Avenues em São Paulo (SP) há uma disciplina opcional em que os estudantes podem desenvolver algo novo com impacto positivo para a sociedade. Foi nessa disciplina, comandada pela professora Michelle Fidelholc, que as estudantes do 9º ano Maria Isabel B. e Laura T. elaboraram o projeto Cultivando Sonhos. Ambas estudaram o tema do abandono escolar e perceberam que alguns estudantes deixam os estudos por falta de interesse e perspectiva. “Então, a nossa ideia foi oferecer uma mentoria grátis para a carreira dos sonhos”, conta Laura.

Logo do projeto desenvolvido pelas estudantes. Crédito de imagem: arquivo pessoal/reprodução

A ideia é atender, de maneira individual, jovens de 12 a 18 anos da comunidade Jardim Panorama, próxima à escola, a partir do Leap — um programa de professores e estudantes da Avenues que oferece aulas e serviços para esses moradores.

“Então, se um aluno tiver interesse em arquitetura, eu, por exemplo, chamo a minha mãe, que é arquiteta, para orientá-lo”,

diz Isabel.

O projeto também pretende ajudá-los a pensar em vestibulares, cursos técnicos e empregos. Já com os menores, o intuito é incentivá-los a permanecer estudando e acreditando nos próprios sonhos. Iniciado em 2023, o Cultivando Sonhos passa agora pelas últimas fases de planejamento e definição do corpo de voluntários e das aulas, agendadas para começar no segundo semestre.

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