Uma galinha ciborgue viaja no tempo em busca da ajuda de um garoto do Rio de Janeiro para salvar o mundo. Esse é o enredo do Kigalinha, desenho animado criado pela Organização Não Governamental (ONG) IEI Brasil que tem como objetivo ensinar jovens e crianças a combater as mudanças climáticas.

A leitora Camila S., 11 anos, assistiu à websérie com a família e conversou com o diretor executivo do IEI Brasil, Rodolfo Gomes, e Gabrielle Adabo, coordenadora de comunicação da organização.

#pracegover: Cena da animação mostra menino, com camiseta azul, com uma galinha de pelos marrons sobre seu ombro. No fundo há vários prédios. Crédito de imagem: divulgação

Como surgiu a ideia de fazer uma série para o YouTube?
Rodolfo: O YouTube é uma ferramenta que muita gente acessa. A gente resolveu fazer nessa plataforma principalmente para falar sobre mudanças climáticas para um público mais jovem, afinal, o futuro vai ser herdado por você, Camila, pelos meus filhos e por todas as crianças.

#pracegover: Rodolfo está sentado com os braços apoiados sobre a mesa e um livro. Ele tem pele clara, cabelos escuros. Rodolfo veste camisa xadrez azul e branca. Ao fundo, há árvores. Crédito de imagem: arquivo pessoal

Meu irmão, André, pediu que eu perguntasse por que a Kigalinha é um ciborgue.
R: Primeiro de tudo, queríamos que a personagem fosse uma galinha por causa de um tratado internacional que se chama Emenda de Kigali, que busca reduzir os danos ao meio ambiente nas próximas décadas. Por isso o nome dela é Kigalinha. E aí, como precisávamos de uma galinha que viesse do futuro e soubesse falar, pensamos na ideia de ela ser um ciborgue.

Legal, mas o que é essa emenda?
R: A Emenda de Kigali é como se fosse um complemento ao Protocolo de Montreal, acordo internacional da década de 1980 que visa proteger a camada de ozônio [camada da atmosfera que protege a Terra da radiação solar e sofre com a emissão de gases como dióxido de carbono]. Kigali é o nome da capital de Ruanda, na África, onde a emenda foi assinada por vários países, em 2016. Nós tivemos grande avanço na Emenda de Kigali aqui no Brasil. Ela fi cou um tempão parada na Câmara dos Deputados. Então, nós, da Rede Kigali (conjunto de organizações como o IEI), nos unimos para fazer a cobrança aos políticos, porque a emenda tinha que ser aprovada na Câmara dos Deputados, para depois ir ao Senado e à Presidência do Brasil. Hoje, ela já foi aprovada na Câmara, no Senado e agora está nas mãos do governo federal. O presidente precisa assinar um decreto para que essa emenda vire lei.

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#pracegover: Camila veste casaco jeans. Ela é branca e tem cabelos castanhos longos. Crédito de imagem: arquivo pessoal

Como está acontecendo a divulgação da série?
Gabrielle: A Kigalinha fez um ano em 16 de março, Dia Nacional da Conscientização Sobre Mudanças Climáticas. Antes do lançamento, em 2022, começamos a divulgar nas redes sociais que estávamos para lançar algo novo. Isso porque nós acreditamos que essas mídias são um dos recursos pelos quais mais nos informamos. Desde então, a gente vem divulgando nas redes sociais e no site. Também procuramos organizações que trabalhem com a questão da educação.

#pracegover: Gabrielle está sentada. Ela tem pele clara, cabelo escuro e está sorrindo. Gabrielle veste camisa verde. Crédito de imagem: arquivo pessoal

Rodolfo, como você se interessou pela área de energia sustentável?
R: Eu passei os cinco anos da faculdade de engenharia mecânica pensando: “O que posso fazer com esse conhecimento para ajudar as pessoas do Brasil?”. Até que visitei, em São Paulo, um laboratório de sistemas de energia solar. Um professor de lá mostrou que existem muitas pessoas aqui no Brasil que não têm acesso à eletricidade. Então ele falou sobre alguns projetos que levam energia para essas pessoas com placas solares. Foi aí que eu entendi como a engenharia pode colaborar com o país. Comecei a estudar esse tema e aprendi mais sobre como a energia renovável pode ajudar as pessoas que mais precisam.

Na série, a Kigalinha mostra para o Chico como o mundo estará em 2050 se a gente não tomar medidas para reduzir o aquecimento global. Você acredita que a gente ainda consegue mudar essa situação?
R: Eu tenho esperança nisso. A gente trabalha todo dia para evitar que esse pior cenário aconteça. É muito difícil, vai precisar de muita vontade dos governantes do Brasil e dos outros países, mas não é porque é difícil que a gente tem que deixar de tentar [saiba mais sobre o que precisa ser feito para frear o aquecimento global na edição 202].

Eu também acredito que se a gente tentar mudar isso, consegue! Uma dúvida minha e do meu irmão é: como as crianças podem ajudar a reduzir o aquecimento global?
G: Eu acho que isso que você está fazendo, Camila, é muito importante, porque você está, como criança, interessada pelo tema e reunindo informações para transmitir a outras crianças. Isso é mais ou menos o que a gente faz também. A informação é o primeiro passo para promover a mudança.

SAIBA MAIS SOBRE A EMENDA DE KIGALI
Tem como objetivo incluir os hidrofluorcarbonos (HFCs) na lista de substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal. Os gases HFCs não causam danos diretos à camada de ozônio, mas geram bastante impacto no clima da Terra. Assim, a Emenda de Kigali define um cronograma de redução da produção e consumo de HFCs.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 203 do jornal Joca.

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