Helena Rinaldi

O El Niño, fenômeno natural que aumenta a temperatura em várias regiões do planeta, vai deixar o Brasil e os países ao redor entre o fim de abril e início de maio, de acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Apesar de ainda estar presente na área da Linha do Equador no Oceano Pacífico, ele começou a se enfraquecer nos últimos meses e deve acabar em breve.

A meteorologista do Inmet Danielle Barros Ferreira explicou ao Joca que o El Niño acontece quando há um aquecimento das águas do Pacífico Equatorial de 0,5ºC (graus Celsius) acima da média por pelo menos seis meses seguidos. O fenômeno não tem período de duração definido, podendo se estender por mais de dois anos.

Por aqui, o El Niño, que geralmente se forma no segundo semestre, vem ocorrendo desde junho de 2023. “Em dezembro, foi registrado o maior valor de intensidade, de 2ºC acima da média. Entre fevereiro e março deste ano, esses valores vêm decaindo de 1,5ºC para 1,2ºC”, afirma Danielle. Segundo a especialista, isso indica que o El Niño está se amenizando, mas permanece na categoria moderada. A previsão é de que, entre o encerramento do outono e o começo do inverno, ocorra uma transição do El Niño para a neutralidade, em que as temperaturas devem voltar ao normal.

Como o El Niño se forma? 

O fenômeno é resultado do movimento dos ventos alísios, isto é, quando ventos constantes do hemisfério sul e norte se encontram na região da Linha do Equador. Geralmente, eles vão do leste para o oeste, empurrando as águas do Oceano Pacífico nessa direção e fazendo com que águas mais frias subam. Porém, quando os ventos alísios se enfraquecem ou se deslocam na direção oposta, essa movimentação não acontece, deixando as águas quentes mais tempo na superfície, o que pode gerar um grande aumento na temperatura do oceano — o que chamamos de El Niño.

Consequências pelo país 

Segundo Danielle, o aumento da temperatura em grande parte do Brasil no ano passado foi um dos reflexos do El Niño. “O ano de 2023 foi marcado por nove eventos de onda de calor, impactos desse fenômeno”, ela explicou.

O El Niño provoca consequências diferentes em cada região do Brasil. No Norte e Nordeste, ele eleva o risco de secas, já que o ar quente e seco dificulta a formação de nuvens e, assim, de chuvas.

No Sul, por outro lado, o volume de chuvas aumenta. Isso se dá porque, como a água da superfície do Oceano Pacífico fica muito mais quente do que o normal, ela evapora com mais facilidade, deixando as nuvens mais carregadas e causando precipitações.

A previsão do Inmet é de que, apesar de o outono ter começado em março, o tempo mudará ao longo de abril no Brasil. Assim, é possível que algumas regiões tenham neve, nevoeiros e geadas. Os dias de calor também devem se tornar menos frequentes e a quantidade de madrugadas mais frias deve crescer.

É POSSÍVEL QUE APÓS A SAÍDA DO EL NIÑO VENHA O LA NIÑA? 

O La Niña é o fenômeno de resfriamento do Oceano Pacífico, que começa com a chegada de águas mais frias vindas do fundo do mar, um processo conhecido como ressurgência. De acordo com o canal de meteorologia MetSul, como em algumas áreas da Linha do Equador as águas devem ficar mais frias do que a média, esse fenômeno natural se formará. O La Niña deve chegar entre junho e julho, segundo o canal, o que pode significar períodos de estiagem e frio no Sul do Brasil e aumento de chuvas no Norte e Nordeste durante essa época.

FONTES: CANAL RURAL, INMET, METSUL E O GLOBO.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 221 do jornal Joca.

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