Criado em 2008, o canal do YouTube Manual do Mundo tem mais de 16 milhões de inscritos e uma série de prêmios — até mesmo dois registros no Guinness World Records Book, o livro dos recordes. O canal é um dos grandes nomes brasileiros na criação de conteúdo voltado para ciência e tecnologia e foi concebido por Iberê Thenório e Mari Fulfaro (veja uma entrevista com a Mari na edição 123 do Joca). A seguir, confira um bate-papo que a repórter mirim Gabriela B., 10 anos, ex-integrante do Clube do Joca, teve com o Iberê.

#pracegover: Iberê veste camisa cinza e calça jeans. Ele está em um quintal, apoiado em um submarino de ferro amarelo, branco e vermelho. No fundo do quintal há uma casa branca, árvores e dois bancos de madeira. Crédito de imagem: GABRIEL BARRERA

Quando e como surgiu a ideia de criar o canal Manual do Mundo?
Surgiu em 2008. Eu e a Mari viemos do interior, de Piedade (SP), uma cidade que fi ca perto de Sorocaba. A gente, quando morava no interior, fazia tudo em casa: tudo que precisava arrumar, consertar, fazíamos em casa. E aí, quando chegamos a São Paulo, percebemos que as pessoas não sabiam fazer nada na cidade grande; elas sempre contratam alguém para ajudar. Não sabiam trocar pneu, não sabiam pintar uma parede. Então a gente resolveu criar o Manual do Mundo, para ensiná-las a fazer coisas em casa. Depois de um tempo, começamos a fazer algumas experiências e percebemos que as pessoas gostavam delas. Era uma coisa que fazia falta na vida das pessoas: entender um pouco de ciência.

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#pracegover: a repórter mirim Gabriela usa camiseta nas cores azul, vinho e cinza. Ela sorri e está na frente de algumas plantas. Crédito: arquivo pessoal

Como é transmitir sua experiência a milhares de pessoas e como você cria os conteúdos para o canal?
É bem trabalhoso. Não é muito a minha experiência, a gente pesquisa muito para fazer. Então, no começo, eram as coisas que eu e a Mari sabíamos mesmo, que a gente já tinha aprendido quando era criança ou morava no interior. Mas, hoje, temos que estudar muito para conseguir fazer o nosso conteúdo, porque produzimos muita coisa. A gente faz uma reunião, depois decide o que vai ser publicado, aí todo mundo pesquisa. Tem várias pessoas que trabalham aqui com a gente, tem engenheiro, físico… Dependendo do conteúdo, fica para alguém que tem mais afinidade com aquele assunto, que entende mais, e aí eu apresento depois. E o nosso trabalho é conseguir fazer isso de um jeito legal, que as pessoas assistam ao vídeo e gostem do que estão vendo, que não seja uma coisa chata. É muito trabalhoso, principalmente quando temos que construir algo que nunca construímos antes.

Qual foi a experiência mais legal de fazer?
Acho que a coisa mais legal que a gente já produziu foi o submarino. Deu muito trabalho, porque era algo muito perigoso. O submarino corre o risco de implodir debaixo d’água — a pressão da água pode amassar o submarino com a gente dentro. Então tivemos que estudar muito. Foram quase quatro anos construindo o submarino, mas acho que foi a experiência mais legal que já fizemos. Foi muito emocionante descer no oceano com ele.

Como você lida com a fama?
Ah, eu não penso muito nisso, não. Eu acho que, se a gente ficar pensando muito nisso, começa a se preocupar muito, a se incomodar. Eu faço de conta que não existe. Então saio na rua, as pessoas querem tirar foto, e tudo bem, eu converso com todo mundo. Tem uma coisa muito boa que é: as pessoas que assistem ao Manual do Mundo são muito legais. Como nunca falamos mal de ninguém, não ficamos brigando no canal, acaba reunindo espectadores muito bacanas. Então é muito gostoso.

E qual é a sensação de bater recordes mundiais?
A gente tem dois registros no Guinness, um que é o recorde de maior canal de ciência e tecnologia em língua portuguesa e outro, da maior pasta de dente de elefante do mundo. É muito legal, porque, quando você conquista isso, tem certeza de que fez “o maior do mundo”. Então dá uma sensação muito boa de vitória, de você ter se esforçado para executar algo difícil e ter conseguido fazer “o maior do planeta”.

Como você conheceu a sua paixão por química e física?
Quando eu era criança, já era muito curioso, mas comecei a gostar mesmo no cursinho, quando estava estudando para entrar na faculdade. Foram as matérias que eu achava mais difíceis: química, física e matemática. Eu não passei no primeiro ano em que tentei entrar na faculdade e fiquei estudando sozinho muito tempo. Aí comecei a gostar, porque passei a entender que fazia sentido e era legal. Mas quando começou o Manual do Mundo, não sabia tanto assim. Eu fiz muita aula particular de física. E, hoje, tem bastante gente aqui no Manual que entende muito mais do que eu. Então fico o dia inteiro tirando dúvidas com eles.

Clique aqui para ler a entrevista completa.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 194 do jornal Joca.

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