Não importa o formato: o que Caio Tozzi gosta é de escrever. Pode ser conteúdo para podcast, reportagem, livro, filme… Ele já criou de tudo. Até um documentário com o Ziraldo, criador do personagem Menino Maluquinho (saiba mais sobre o Ziraldo na página 8), ele já fez. A seguir, veja a entrevista que o repórter mirim Davi S., 10 anos, fez com o Caio e saiba mais sobre as produções do autor.

#pracegover: Caio Tozzi está sentado diante de uma mesa. Ele veste camiseta preta, óculos de grau e boné cinza. Sobre a mesa estão três livros – um com capa em tons de laranja, um com capa azul-claro e um com capa azul mais escuro. No fundo há uma quadro. Crédito de imagem: Divulgação

Qual foi o momento da vida em que você decidiu escrever? O que te levou a isso?
Eu não sei dizer precisamente em que momento decidi escrever. Todas as lembranças na minha infância são relacionadas a criar histórias, sabe? Desde meus 7, 8 anos. Acho que o fato de eu ser fi lho único pode ter ajudado nisso, pois minhas grandes companhias na infância eram livros, gibis, novelas e séries de televisão.

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#pracegover: Davi, o repórter mirim, usa camiseta azul-escura, com detalhes em vermelho e branco. Ele está na frente de uma parede colorida e sorri. Foto: arquivo pessoal

Qual aspecto da sua infância te influencia hoje como escritor?
Às vezes tenho a impressão de que sou aquele menino de 8 anos criando sem parar, com a cabeça a mil. Parece que nada mudou, eu continuo fazendo a mesma coisa que fazia lá quando era criança, pensando do mesmo jeito, imaginando as coisas da mesma maneira.

O que te deixa mais feliz: fazer documentários, teatro, podcast, roteiro ou contos?
Tudo me faz feliz. Aliás, descobrir que fazer tudo é possível é o que me faz feliz. Parece muita coisa, aquela ideia de uma pessoa multimídia, mas no fundo, no fundo, é uma coisa só: estou sempre contando histórias.

Por que você escolheu escrever para jovens?
Acho que a literatura para jovens me encontrou, sabe, Davi? Quando eu comecei a rascunhar meus primeiros livros com um olhar mais profissional, achei que meu lance era escrever para crianças. Mas acontece que eu percebi que curtia escrever tramas, com vários acontecimentos, viradas, ganchos, cortes de cena. Aí entendi que os meus leitores seriam aqueles que conseguiriam encarar essa leitura, aqueles que já tivessem 9, 10 anos — nesta fase de transição da infância para a adolescência.

Quais são os autores que te inspiram?
Puxa, Davi, são tantos. Posso citar Marcos Rey, Adriana Falcão, Jorge Amado, Keka Reis. Mas tem dois autores que sempre são meus faróis, não apenas pela obra, como também pelos artistas que são: Ziraldo e Fernando Sabino. Essa dupla é a minha referência de como olhar o mundo. Sempre que me perco, volto a eles para me encontrar.

De onde surgiu a ideia para criar o seu podcast, o #Mochila?
Ah, o #Mochila é meu xodó. Eu me tornei um grande apaixonado não apenas pela literatura juvenil, como pelas histórias em geral sobre e para a juventude. Com a explosão dos podcasts, fui pesquisar a respeito de temas que amava, mas não achei nenhum sobre literatura juvenil. Pensei: “Será que não é isso que preciso fazer?”. E fiz!

Eu entendo o que um jornalista e escritor faz, mas o que faz um roteirista?
Roteirista é quem escreve uma história para ser transformada em um produto audiovisual. Pode ser um filme de ficção, um documentário, uma propaganda que passa na televisão de um produto qualquer. Mas cada roteiro tem sua especificidade, um formato diferente. Eu tive a sorte de já ter trabalhado em diversos formatos.

De onde surgiu a ideia de um documentário sobre o Menino Maluquinho? Como foi trabalhar com o Ziraldo?
Como falei, o Ziraldo é uma paixão da vida toda. Eu fui sócio de uma produtora e, com meu parceiro, Pedro Ferrarini, quis fazer um documentário sobre os 30 anos do Menino Maluquinho. Liguei para o Ziraldo e contei sobre a ideia. Ele, como sempre, foi generosíssimo e disse: “Vamos fazer!”. O filme se chama Ele Era um Menino Feliz – O Menino Maluquinho, 30 Anos Depois e está disponível na íntegra na internet.

Qual mensagem você gosta de transmitir com seus trabalhos?
Acho que vendo tudo o que eu fiz até agora, a grande mensagem que eu quero transmitir não está exatamente nas histórias que escrevo e crio, e sim no trabalho que faço de modo geral, que trata de como a arte é fundamental para nossa vida; como ela pode nos transformar, tornar a vida mais legal, abrir diálogos, fazer com que a gente se sinta parte do mundo, conecte-se. Isso é muito potente. Tenho muito orgulho do ofício que escolhi e cada vez mais entendo a responsabilidade que ele traz. Afinal, as histórias existem para tornar a vida mais legal.

Clique aqui para conhecer o podcast #Mochila, sobre a produção de ficção para jovens.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 195 do jornal Joca.

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