Ariel Henry, primeiro-ministro do Haiti, renunciou ao cargo, na noite de 11 de março, em meio a uma onda de violência no país. Ele liderava a nação de maneira provisória desde julho de 2021, quando o então presidente Jovenel Moïse foi assassinado. Henry vinha adiando novas eleições sob alegação de que a segurança precisaria ser restabelecida antes disso. De acordo com a Comunidade do Caribe (Caricom), da qual o Haiti faz parte, haverá um conselho de transição de poder.

A mais recente crise de segurança no país teve início em 2 de março, após uma penitenciária da capital Porto Príncipe ser invadida por um grupo armado, levando à fuga de ao menos 3.700 detentos. Na sequência, foi decretado estado de emergência na capital e região, além de toque de recolher das 18h às 5h. Gangues tomaram o controle de boa parte de Porto Príncipe, causando medo na população.

A crise haitiana 

Há décadas, o Haiti vive um cenário de instabilidade política. A situação voltou a se agravar em 2021, com diferentes facções criminosas disputando o poder. Os índices de violência e insegurança aumentaram, prejudicando também a economia.

Além disso, desastres naturais, como o terremoto de 2010, que matou em torno de 230 mil pessoas, contribuíram para a pobreza no país. No ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH — entenda como funciona na página 5), o Haiti ocupa a posição 158, entre 193 países, sendo que, quanto mais perto do fim da lista, pior é o IDH da nação.

Com a crise atual, o Programa Mundial de Alimentos (PAM) alertou que mais de um milhão de pessoas estão em risco iminente de fome.

RAIO X DO HAITI 

Localização: América Central, faz fronteira com a República Dominicana.
População: 11,5 milhões de habitantes.
Área: 27.800 quilômetros quadrados (um pouco menor do que a Bélgica).
Idiomas: oficialmente, crioulo haitiano e francês.

FONTES: BBC, CNN, EMBAIXADA DO HAITI NO BRASIL, G1 E ONU.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 220 do jornal Joca.