Cerca de 14 mil haitianos que estavam acampados na fronteira do México tentaram migrar para o lado dos Estados Unidos nas últimas semanas. Entre 19 e 20 de setembro, o governo norte-americano repatriou, ou seja, levou de volta ao país de origem, 435 deles, incluindo 30 crianças brasileiras acompanhadas pelos pais haitianos.

As autoridades dos EUA prometem enviar os demais haitianos à capital Porto Príncipe em voos nas próximas semanas, ainda que muitos deles tenham migrado de outros países das Américas do Sul e Central. Já autoridades de migração do Haiti dizem que a nação não tem capacidade para receber os cidadãos de volta.


Em 20 de setembro, migrantes haitianos vindo do Texas, nos Estados Unidos, cruzam o rio Grande de volta ao México | #pracegover: a imagem mostra diversas pessoas entrando na água do rio. Em destaque, um homem com uma crianças sobre os ombros. Crédito de imagem: John Moore/Getty Images

Ao pousar no país, os haitianos protestam por não haver trabalho, segurança nem comida por lá, e prometem voltar a migrar.

Mais de dez anos
Os haitianos têm deixado o país desde o terremoto de 2010. Nesse período, a maioria foi para a América do Sul, para locais como Brasil e Chile, de onde partiu a maior parte dos migrantes haitianos para os EUA neste ano.

Biden e Trump
Com a chegada de Joe Biden — que prometeu revogar medidas antimigração do antecessor, Donald Trump — à presidência dos EUA, os haitianos resolveram tentar melhores condições de vida em solo norte-americano. Mas, diante da recente onda migratória, Biden voltou atrás e manteve uma medida que restringe a entrada de estrangeiros pela fronteira terrestre por motivos de saúde em meio à pandemia.

Seu governo tem recebido críticas de órgãos internacionais pelos recentes maus-tratos aos migrantes, incluindo a perseguição de haitianos por agentes de fronteira a cavalo. O governo norte-americano declarou que os cavalos não serão mais usados. A Organização Internacional Para as Migrações (OIM) pede aos países que parem de expulsar haitianos sem analisar necessidades individuais de proteção. “As leis internacionais proíbem as expulsões coletivas e exigem que cada caso seja examinado”, declarou a entidade.

Crianças na fronteira
Depois de o governo norte-americano anunciar, em maio, a reunião entre crianças e seus pais separados na fronteira dos EUA com o México (saiba mais na edição 170), um relatório do Departamento de Justiça do país, divulgado em 22 de setembro, apontou que ainda não foram identificados os responsáveis por 303 delas.

Biden criou um grupo específico para tentar reunir as famílias três anos após a chamada política de “tolerância zero”, de Trump, ter sido criada. A medida, que envolvia processos judiciais contra imigrantes não autorizados a entrar nos EUA, foi suspensa em 2018. O grupo criado por Biden permitiu que 50 crianças se reencontrassem com os pais nos EUA até o momento, informa o relatório.

Fontes: CNN Brasil, G1, O Globo e Organização Internacional Para as Migrações (OIM).

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 178 do jornal Joca.

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