Incidente pode prejudicar vida marinha da lagoa Mundaú, no bairro de Mutange
Em Maceió, capital alagoana, a mina de extração de sal-gema — que está sob risco de colapso desde o começo de novembro — rompeu parcialmente em 10 de dezembro. Os sensores e câmeras de segurança locais registraram duas movimentações de terra (às 13h15 e 13h45) dentro da lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na parte superior (teto) da mina 18, fazendo com que a água preenchesse o buraco que se abriu. A região já havia sido previamente desocupada e ninguém se feriu.
Mina de extração de sal-gema: minas são poços ou escavações, geralmente feitas por empresas mineradoras, que visam a extração de substâncias minerais do solo, como ouro, ferro, cobre e sal-gema, um mineral usado como matéria-prima na produção de plástico, cloro e soda cáustica.
Risco de colapso: os bairros Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol estão sob estado de emergência desde 29 de novembro, depois que foi identificado o risco de que uma das minas abertas pela empresa Braskem sofresse um colapso. Entenda melhor o caso clicando no quadro abaixo.
Pouco depois do ocorrido, João Henrique Caldas (JHC), prefeito do município, sobrevoou a região para avaliar os danos. “Tem uma perspectiva de que esse diâmetro [comprimento entre duas extremidades de um círculo] seja de 60 metros [equivalente à altura de um Cristo Redentor e meio]. Há um fluxo de lama que chega a essa parte, há uma tendência de estabilização. Os danos ambientais só podem ser medidos após o evento”, declarou ele em vídeo.
Sobrevoando agora a mina 18, após o rompimento na região do Mutange. A Defesa Civil de Maceió ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas. Seguiremos monitorando e avaliando os próximos passos. Nossa prioridade são as… pic.twitter.com/QEg85tx45c
— JHC (@jhcdopovo) December 10, 2023
Especialistas apontam ainda que o contato com o interior da mina — com alta concentração de sal — pode ter salinizado as águas da lagoa, podendo prejudicar a vida marinha e até mesmo as atividades econômicas de pescadores e marisqueiros. No dia seguinte, JHC viajou a Brasília (DF) a fim de solicitar ajuda do governo federal, como o pagamento de auxílio para comerciantes que dependam da vida marinha local e um estudo aprofundado sobre os possíveis impactos que a lagoa sofreu.
Fontes: Defesa Civil de Maceió, prefeitura de Maceió, Braskem, JHC (X), BBC, UOL e O Globo.
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Salvem o meio ambiente
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