No dia 2 de maio, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) divulgou um vídeo que mostra detalhes do Sol — desde níveis mais próximos da superfície (chamados de camadas de transição) até parte da coroa solar, camada mais externa do astro, que pode chegar a um milhão de graus Celsius (ºC) nas partes mais quentes. A gravação foi feita por uma nave espacial da ESA, a Solar Orbiter, em 23 de setembro de 2023 — vale ressaltar que o equipamento ainda estava a milhões de quilômetros de distância do Sol. 

No registro, é possível ver alguns componentes: o que é chamado de “musgo” da coroa solar, com aparência semelhante a um rio de lava, é um conjunto de plasma e diferentes gases a níveis muito elevados de temperatura. A espícula, outro fenômeno apontado no vídeo da ESA, é uma liberação de gases que pode formas colunas de plasma a uma altura de 10 mil quilômetros (a distância entre os pontos extremos no Norte e Sul do Brasil é de 4.394 km). 

Na publicação também é possível ver uma pequena erupção na superfície do astro: embora seja considerada pequena em relação ao tamanho do Sol, a dimensão da erupção é maior do que a Terra. Nas imagens, também há uma chuva na coroa solar, que consiste no plasma voltando a “cair” na superfície em consequência da gravidade. 

A nave Solar Orbiter integra um projeto da ESA que pretende explorar o Sol o mais perto possível, capturando imagens até então nunca vistas pelo ser humano. Ela foi enviada ao espaço no início de 2020. 

Glossário

Gravidade: é a força de atração que mantém os objetos e pessoas “presos” à Terra. A gravidade atua sobre a massa de algo — quanto maior a massa do objeto, maior é a sua força gravitacional. Como a massa da Terra é superior à de uma pessoa, por exemplo, somos “atraídos” para o centro do planeta.

Plasma: um dos estados físicos da matéria, sendo o gás “ionizado”, ou seja, quando um gás teve seus elétrons retirados. 

Fontes: Agência Espacial Europeia, Estadão e Galileu.