Crédito de imagem: Victor de Schwanberg/Science Photo LIBRARY/reprodução

Em um estudo preliminar publicado na revista científica Nature, em 14 de maio, cientistas afirmaram que o verão de 2023 do hemisfério norte foi o mais quente dos últimos dois mil anos. Segundo os pesquisadores, em países localizados entre 30 a 90 graus de latitude, os meses de junho, julho e agosto de 2023 ficaram 2,2 graus Celsius (ºC) acima da média registrada no período entre os anos 1 e 1890 (época anterior à Revolução Industrial; veja o glossário no fim da matéria).

No mapa, a linha central e horizontal divide o mundo em hemisfério norte e sul. Cada linha horizontal corresponde a uma latitude diferente. A região contemplada pelo estudo está entre os 30º e 90º de latitude. Crédito de imagem: Ivi/Wikimedia Commons/reprodução

Os registros oficiais de temperatura começaram apenas na década de 1940. Por isso os cientistas utilizaram como base de dados troncos de árvores milenares que crescem em países do hemisfério norte, em clima temperado (com verões mais quentes e invernos muito frios). Essas árvores produzem, anualmente, uma nova camada de tronco, chamada de anel. A grossura dessa camada varia de acordo com as temperaturas experimentadas ao longo do ano. Assim, ao extrair um pedaço da árvore que englobe desde a camada externa até a mais interna, é possível medir a intensidade de temperatura de cada ano.

Anéis de árvores. Crédito de imagem: Brad Hodges/500px/reprodução

De acordo com a análise, além de uma série de estudos que têm sido publicados sobre o assunto, dois fatores principais que justificam as temperaturas elevadas do último ano são o efeito estufa e o El Niño.

“Quando olhamos para o panorama geral, vemos quão urgente é reduzir imediatamente as emissões de Gases de Efeito Estufa”,

diz Jan Esper, um dos autores do estudo, em nota da Universidade de Cambridge.

O relatório ainda explica que, apesar de os resultados serem consistentes, ainda não é possível elaborar o mesmo nível de pesquisa para o hemisfério sul por uma série de motivos, como dados escassos e comportamento diferente das árvores desta região.

Glossário

Efeito estufa: fenômeno que mantém o planeta aquecido, mas que é intensificado por gases poluentes, como dióxido de carbono. Ao ser liberados (por transportes ou indústrias, por exemplo), esses gases sobem para a atmosfera terrestre e ficam “presos” ali, acumulando-se em uma espécie de camada. Essa camada impede o calor de sair da Terra e, ao ser intensificada pela ação humana, leva ao aquecimento global, responsável, por exemplo, pelo derretimento de geleiras, que faz com que o nível dos mares aumente.

El Niño: fenômeno natural que aquece as águas do Oceano Pacífico, podendo provocar furacões e tempestades. No Brasil, ele afeta o regime de chuvas.

Revolução Industrial: transição, entre os séculos 18 e 19, dos modos de produção de fábricas, especialmente no hemisfério norte. Nesse período, começou-se a usar carvão para alimentar as máquinas a vapor, liberando Gases de Efeito Estufa (GEEs) na atmosfera.

Fontes: Nature, Reuters, Universidade de Cambridge, Scientific American e Natural History Museum.

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