A ilha de Maui, no Havaí, Estados Unidos, sofre desde 8 de agosto as consequências do pior incêndio florestal a atingir o país em mais de um século. Até o fechamento desta edição, mais de 110 pessoas tinham morrido e as buscas seguiam para encontrar centenas de desaparecidos.

A cidade histórica de Lahaina, famosa pelas praias tropicais e museus com objetos de um antigo povo indígena que habitava a região, foi destruída. Por lá, as chamas chegaram a mais de 2 mil construções — 86% residenciais. Milhares de pessoas tiveram que deixar a casa em que moravam e ir para abrigos.

CAUSAS
Uma das suspeitas é de que o fogo tenha começado por um problema na rede elétrica. Então, a combinação de ventos fortes com clima e vegetação secos pode ter feito as chamas se espalharem. Além disso, as queimadas podem ter relação com a intensa onda de calor que atingiu os EUA em julho — o mês mais quente da história (saiba mais na edição 209). Acredita-se, também, que o desastre tenha sido intensificado por fatores como o não funcionamento de equipamentos de contenção do fogo (por exemplo, hidrantes) e a queda de linhas de energia (que transmitem eletricidade).

Ainda faltaram avisos sonoros para alertar os moradores. O estado norte-americano dispõe de uma rede de sirenes que é acionada para avisar sobre tsunamis. Herman Andaya, administrador da Agência de Gerenciamento de Emergências do Condado de Maui, afirmou que a decisão de não disparar o aviso sonoro foi tomada para evitar que as pessoas fossem em direção ao perigo. Segundo ele, se achassem que era um tsunami, elas poderiam ir rumo à montanha (lugar alto), onde o fogo se concentrava com mais força.

#pracegover: vista aérea de como era a cidade de Lahaina, Havaí, antes do incêndio. É possível ver que a cidade tinha muitos prédios, áreas verdes e um mar muito azul. Crédito de imagem: GettyImage
#pracegover: vista aérea dos estragos em Lahaina, devastada pelas chamas que foram trazidas com a ajuda do vento. A cidade ficou cinza, os prédios e as áreas verdes estão destruídos. Crédito de imagem: Justin Sullivan/Getty Images

AÇÕES DE AJUDA
O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma declaração de catástrofe natural para que verbas públicas fossem liberadas com mais facilidade para as equipes de auxílio. Políticos e moradores das áreas afetadas consideraram a medida insuficiente. Outras campanhas estão acontecendo, como o fundo de ajuda Hawaii Wildfire Relief Fund, ao qual a empresa The Pokémon Company (responsável pela marca Pokémon) doou 200 mil dólares (cerca de 995 mil reais). Além disso, o bilionário Jeff Bezos, criador da Amazon, anunciou a doação de 100 milhões de dólares (aproximadamente 497 milhões de reais) para os atingidos.

O QUE FAZER PARA EVITAR ESSE TIPO DE TRAGÉDIA?
Márcia Hamada, professora de engenharia florestal da Universidade Federal do Pará, afirma que eventos como os do Havaí podem ser cada vez mais comuns em decorrência das mudanças climáticas.

Para ela, os governos precisam tomar medidas fundamentais, como: “Monitoramento constante de áreas propensas às chamas com o uso de tecnologia, aplicação rígida das leis de crimes ambientais e incentivo a práticas agrícolas ou florestais sustentáveis para diminuir SNI os riscos de incêndios”, disse ao Joca.

“E, o mais importante, educação ambiental, conscientizando as pessoas do perigo do fogo, para que, assim, evitem jogar lixo nas rodovias, bituca de cigarros, usar o fogo não controlado — principalmente na época de pouca chuva, em que a vegetação se encontra mais seca”, conclui Márcia.

A FORTE SECA NA REGIÃO
De acordo com o U.S. Drought Monitor, um serviço do governo que monitora a seca nos EUA, 54,2% da população do Havaí era afetada pela condição na semana de 15 de agosto. O estado tem cerca de 1,45 milhão de pessoas.

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#pracegover: a imagem traz um mapa da América do Norte, mostrando Canadá, Estados Unidos e México. Em destaque, as ilhas do Havaí, classificadas conforme a intensidade da seca. Em Maui há áreas que chegam a ter seca severa. Crédito de imagem: jornal Joca

CANADÁ
O país segue enfrentando incêndios intensos, com mais de mil focos ativos. Cerca de 35 mil pessoas receberam ordem de evacuar o local onde vivem, na região oeste da nação. O norte canadense também sofre com as chamas, e outros 20 mil habitantes tiveram que deixar a região.

Glossário

Hidrante: sistema de ajuda no combate ao fogo, tem recursos como reservatório de água e mangueiras.

Tsunami: ondas gigantes no oceano que podem surgir depois de, por exemplo, um terremoto.

Fontes: Agência Brasil, CNN Brasil, DW Brasil, Estadão, Folha de S.Paulo, G1, Global Giving, O Globo e R7.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 210 do jornal Joca.

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