Uma das principais regiões atingidas é a capital do país
No dia 15 abril, estourou um conflito entre dois grupos pelo controle do Sudão. Desde então, diversas regiões do país estão registrando confrontos armados, principalmente a capital, Cartum.
No dia 18, os opositores chegaram a assinar um acordo de cessar-fogo de 24 horas para que civis (ou seja, pessoas comuns) recebessem atendimento médico e pudessem seguir para áreas mais distantes dos principais conflitos. No entanto, nenhuma das partes respeitou o compromisso. Uma nova trégua foi programada para o dia 19, e não ocorreu.
Quem são os grupos que disputam o poder?
De um lado, está Abdel Fattah al-Burhan, presidente do país e chefe das Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês). Do outro, Mohamed Hamdan Dagalo, vice-presidente e comandante das Forças de Apoio Rápido (RSF), uma espécie de exército paralelo que surgiu clandestinamente e, depois, tornou-se oficial.
Abdel e Mohamed eram aliados. Juntos, derrubaram do poder o ditador Omar al-Bashir, em 2019. Inicialmente, o plano era criar um governo de transição para reorganizar o Sudão e promover uma eleição democrática tradicional.
Porém tensões começaram a ocorrer entre os envolvidos — prazos não foram cumpridos e os dois passaram a discordar sobre diversos pontos a respeito do novo governo. Além disso, Abdel começou a não aceitar que a RSF atuasse de modo independente. Isso tudo resultou no atual conflito.
Situação do momento
Até o fechamento desta edição, as áreas de confronto tinham supermercados fechados, pessoas evitando sair de casa e hospitais ficando sem materiais para tratamentos.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organização das Nações Unidas (ONU), precisou suspender as operações de doação de comida no país, sendo que em torno de 15 milhões de pessoas do Sudão dependiam dessa ação para se alimentar.
A Liga Árabe (organização composta por 22 nações, como Egito e o próprio Sudão) se ofereceu para mediar as negociações de paz. Outros países, como Estados Unidos, já exigiram oficialmente o fim dos ataques. Diversas nações, como o Japão, estão retirando seus cidadãos que estiverem no Sudão.
Até o fechamento desta edição, foram registrados ao menos 413 mortos e 3.551 feridos pelos conflitos.
Sudão
País africano com 45 milhões de habitantes. É uma das nações mais pobres do mundo. Um conflito no Sudão chama a atenção mundial, entre outros motivos, pela posição geográfica do país, que faz fronteira com sete nações.
Fontes: Brasil Escola, CNN Brasil, Daily News Egypt, Estadão, Folha de S.Paulo, G1, The New York Times, Poder360 e UOL.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 204 do jornal Joca.
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