De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou, no dia 11 de novembro, o maior número de infecções pelo novo coronavírus desde 31 de agosto. Nessa data, foram confirmados 20.914 novos casos, fazendo com que a média móvel de pacientes que contraíram o vírus naquela semana subisse 63% em relação à anterior.

Diante desse aumento, o Ministério da Saúde voltou a recomendar o uso de máscaras em locais fechados ou com pouca ventilação, aglomerações e unidades de saúde. A indicação vale “principalmente para indivíduos com fatores de risco para complicações da covid-19”, diz o órgão. No dia 17 do mesmo mês, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reforçou a sugestão da utilização de máscaras nesses ambientes.

Um dos motivos para a subida de casos no país é a circulação da cepa BQ.1, subvariante da ômicron (variante ou novo “tipo” do vírus identificada no fim de 2021). De acordo com Wladimir Queiroz, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Santos (SP), a BQ.1 foi responsável por uma explosão recente de casos em diversos países. “Isso aconteceu na Alemanha, onde houve 200 mil infectados por dia, que não foram necessariamente [casos] graves”, diz.

#pracegover: Pessoas andando em rua de comércio popular. É possível ver barracas nas laterais. Algumas pessoas usam máscara, outras não. Crédito de imagem:

Segundo o médico, ainda é difícil prever o que pode ocorrer no Brasil. “Estamos entrando no verão, época em que é mais difícil que as pessoas fiquem fechadas em um ambiente. (…) Mas teremos a Copa do Mundo, em que as pessoas costumam ver os jogos em aglomerações”, explica.

Como surgem novas subvariantes?
De acordo com o doutor Wladimir, as subvariantes aparecem quando os vírus estão se multiplicando. “[Nesse processo], eles estão sujeitos a erros. É muito frequente que a partícula viral que surgir não seja igual à original. Alguns desses erros são favoráveis à disseminação [a espalhar o vírus], então essas cepas se proliferam mais e encontram mais maneiras de atingir a população”, explica ele.

Portanto, a recomendação é de que a população se proteja para que o menor número de pessoas seja infectado. “Assim, vamos ter menos variantes aparecendo, porque elas só surgem quando o vírus está se multiplicando dentro de um ser humano. Sempre pode aparecer uma variante pior, do ponto de vista da saúde da população, mas, se a gente reduzir o número de casos de covid-19 em humanos, a chance de isso ocorrer diminui muito”, aponta o especialista.

Subvariante BQ.1
Segundo o doutor Wladimir, ainda não foram descobertas todas as informações sobre essa cepa, mas já se sabe que pode infectar com mais frequência mesmo quem já está imunizado contra a doença. “Isso não quer dizer que ela vai trazer um caso grave para todo mundo. Na maioria das vezes, especialmente para quem já foi vacinado, essa é uma doença mais leve, algo que se parece muito com uma gripe”, explica.

Glossário

Média móvel: média do número de novos casos confirmados nos últimos sete dias comparado com a média de 14 dias antes.

Fontes: CNN Brasil, Correio Braziliense, Fiocruz, G1 e Ministério da Saúde.

Texto originalmente publicado na edição 198 do jornal Joca.

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