Mais de 5 milhões de zimbabuanos foram às urnas para escolher entre 23 candidatos a presidente.
Pela primeira vez desde que se tornou independente do Reino Unido em 1980, o Zimbábue teve eleições presidenciais sem Robert Mugabe. O momento histórico aconteceu dia 30 de julho de 2018, e os resultados devem ser liberados antes do dia 4 de agosto.
5,6 milhões de pessoas estão registradas para votar, esse é um número 75% maior do que o das últimas eleições, em 2013. Aproximadamente metade desse número é de pessoas menores de 35 anos, o que mostra que os jovens do Zimbábue estão participando cada vez mais.
O ditador Mugabe, de 94 anos, participou e ganhou em todas as eleições presidenciais que o país teve em sua história. Ele assumiu o cargo de primeiro-ministro do Zimbábue em 1980 e, em 1990, alterou a constituição (conjunto de leis de um país) e virou presidente. Seus 37 anos de governo foram marcados por violência, acusações de fraudes nas eleições e medidas muito autoritárias.
Em novembro de 2017, Mugabe foi obrigado a renunciar pelos militares. Desde então, o país está sob o controle de Emmerson Mnangagwa, que era vice-presidente na época.
Mnangagwa tem 75 anos e é um dos principais candidatos dessa eleição, pelo partido Zanu-PF (que significa União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica), o mesmo partido do antigo presidente. Ele já foi assessor, ministro da Segurança Nacional e vice-presidente de Mugabe, no entanto, não tem seu apoio.
Robert Mugabe afirmou que vai votar no candidato do partido da oposição MDC (Movimento por Mudança Democrática), Nelson Chamisa, de 40 anos.
Os dois candidatos se dividem em ideologias e gerações muito diferentes, e seguem lado a lado nas pesquisas. Mnangagwa tem 40% das intenções de voto, e Chamisa tem 37%, de acordo com uma apuração feita pelo grupo Afrobarometer.
Caso nenhum candidato consiga a maioria absoluta (que é ter 50% dos votos mais 1), as eleições terão um segundo turno no dia 8 de setembro.
Como o país tem um histórico de suspeitas de fraudes e manipulações em suas eleições, para 2018, o governo do Zimbábue e a União Europeia fizeram um acordo no qual observadores europeus estarão presentes em todos os passos do processo eleitoral para garantir a transparência.
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