A fotosfera (superfície solar) apresenta mais de 5 mil graus Celsius, enquanto o núcleo da estrela pode atingir mais de 15 milhões. Crédito de imagem: Getty Images

Em uma entrevista publicada pelo veículo britânico BBC no dia 30 de dezembro de 2023, o cientista da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) Nour Raouafi contou um pouco mais sobre o projeto espacial que pretende chegar o mais perto possível do Sol.

O plano é de que a sonda solar Parker atinja o ponto mais próximo da estrela do nosso sistema solar já alcançado por um objeto terrestre, chegando a uma distância “curta” de 6,1 milhões de quilômetros da superfície do Sol. A previsão é de que a missão comece em 24 de dezembro de 2024 e, por agora, diversos testes com a sonda já estão sendo feitos. Para se ter noção, 6,1 milhões de quilômetros equivalem a apenas 4% da distância total entre o Sol e a Terra, que é de 149 milhões de quilômetros. A sonda solar Parker foi lançada em 2018, justamente com o objetivo de se aproximar cada vez mais da superfície solar.

Além da proximidade inédita, a Parker quebrará recordes de rapidez, sobrevoando o Sol à velocidade de 195 quilômetros por segundo. Pela inovação do projeto, já que nenhum objeto enviado da Terra chegou tão perto do Sol, Nour considera que a missão pode ter o mesmo impacto de quando o homem pousou pela primeira vez na superfície lunar. “Basicamente, estamos quase pousando em uma estrela. Essa será uma conquista monumental para toda a humanidade. É algo equivalente ao pouso na Lua em 1969”, declarou o cientista à BBC. 

Representação digital da sonda solar Parker. Crédito de imagem: Nasa

Em virtude da alta temperatura, estar muito perto do sol é um desafio até mesmo para a missão da Nasa. Por isso, a sonda Parker pretende usar uma estratégia: ser extremamente rápida e, com um escudo térmico, conseguir fazer as medições necessárias da superfície solar antes que acabe entrando em combustão. Inclusive, as diferentes oscilações de calor em relação à superfície e atmosfera do Sol é um dos assuntos que a sonda pretende investigar em sua viagem. A fotosfera (superfície solar) apresenta mais de 5 mil graus Celsius (ºC), enquanto o núcleo da estrela pode atingir mais de 15 milhões. 

Surpreendentemente, a região da Corona Solar, que é uma camada de gás acima da fotosfera do Sol, apresenta índices ainda maiores de temperatura, que podem chegar a um milhão de graus Celsius. Por isso, a Parker pretende coletar dados para estudar as diferentes razões de variação de temperatura nas camadas da órbita solar. 

Por enquanto, a sonda já fez algumas viagens para perto da estrela e, durante o ano, mais três estão programadas, incluindo um teste de giro ao redor do planeta Vênus. No entanto, a grande missão que levará o objeto ao ponto mais próximo do Sol será apenas em dezembro. 

Glossário: 

Órbita: é a trajetória de um astro em torno de outro, ou seja, girando em volta dele. A Lua está em órbita da Terra, e a Terra está em órbita do Sol.

Gravidade: é a força de atração que mantém os objetos e pessoas “presos” à Terra. A gravidade atua sobre a massa de um objeto – quanto maior a massa do objeto, maior é sua força gravitacional. Como a massa da Terra é superior à de uma pessoa, por exemplo, somos “atraídos” para o centro do planeta.

Fontes: BBC, Superinteressante, G1, National Geographic e Nasa. 

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