Imagem: acervo pessoal

Entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, foi realizada no Brasil a 2ª Semana da Imprensa, iniciativa do jornal Joca em parceria com a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) de São Paulo (SP). No dia 30, a primeira mesa de debate presencial teve como tema o “Fazer jornalístico”, e foram discutidas algumas práticas e desafios do jornalismo atual. O evento foi realizado em um auditório da ESPM.

Foram convidados para participar da conversa Hugo Cuccurullo — diretor da Galeria Filmes desde 2012, sócio da Daesquina Produções e diretor de conteúdo do projeto de jornalismo para jovens Canal Reload — e a jornalista Maria Elisabete Antonioli — coordenadora e professora do bacharelado do curso de Jornalismo da ESPM, líder do Grupo de Pesquisa CNPq chamado Linha Tecnologias, Processos e Narrativas Midiáticas e avaliadora do Inep/MEC.

Os estudantes da rede municipal de São Paulo foram os responsáveis por entrevistar os convidados. A mediação ficou a cargo de Julia Dal Bello, estudante do segundo ano de jornalismo da ESPM.

Os convidados falaram bastante sobre o fenômeno das fake news e como é importante que o jornalista produza um trabalho de qualidade para evitar as desinformações. Os especialistas também discutiram a alfabetização midiática, que seria o aprendizado consciente, de pessoas de todas as idades, da utilização saudável da internet e mídias sociais.

“No fazer jornalístico temos certos procedimentos, que são a pesquisa do que aconteceu e a busca pelas fontes corretas. O jornalista não pode escrever simplesmente o que ele viu. É preciso diferenciar uma informação produzida por uma pessoa na internet (como em redes sociais) e uma notícia feita por um jornalista.”

Maria Elisabete Antonioli

Cuccurullo e Antonioli falaram ainda sobre do que um jornalista precisa para ser um bom profissional, como a parte da pesquisa constante do que está acontecendo no mundo e a busca pela melhor maneira de se comunicar com seus leitores e telespectadores.

“Para fazer uma boa reportagem, existem as etapas de apuração, busca de fontes, edição etc. Mas, além dessas fases, hoje nós temos que dar um destaque para a maneira como nos comunicamos com nossos leitores. No Canal Reload, percebemos que não estávamos alcançando tantos jovens, então começamos a trazer outros formatos de reportagens, como quadrinhos, poesias slam [textos poéticos que são recitados em competições conhecidas como slams] e até mesmo videoclipes.”

Hugo Cuccurullo

O que eu penso sobre…

Confira os comentários de algumas crianças e adolescentes que estiveram no evento.

“A minha vontade de ser jornalista é para aprender a conhecer as coisas. Tipo, se você entrar na TV, por exemplo, você tem que ter muita responsabilidade. Então eu estou na Imprensa Jovem [projeto desenvolvido por mais de 150 escolas que objetiva a produção jornalística feita por estudantes] para aprender isso, porque se essa oportunidade vier, eu já saberei como fazer.” Pablo M., 12 anos, estudante da Emef Paulo Gonçalves dos Santos.

“Quando eu for jornalista, obviamente enfrentarei muitas dificuldades com fake news. O que eu pretendo fazer é verificar bem a fonte, verificar tudo para não passar informação falsa para as pessoas, além de sempre ajudá-las a se informar sem ser com dados falsos. Porque isso pode gerar uma grande dúvida nas pessoas e até casos piores.” Caio M., 14 anos, estudante da Emef M’Boi Mirim II.

“Eu gostei muito das perguntas que os alunos fizeram [para os convidados], porque foram eles que pensaram, então teve todo o domínio deles. Eu gostei também que foi bem interessante as coisas que o Hugo falou.” Laura O., 14 anos, estudante da Emef Paulo Gonçalves dos Santos.

“Eu acho que, no futuro, a tecnologia poderá ajudar a combater as fake news, porque existem vários sites que são confiáveis, mas também tem alguns que não são, por isso sempre tem que ir atrás. E a tecnologia, como a gente viu nos últimos anos, tem ajudado bastante, como nas edições de vídeos jornalísticos verdadeiros.” Yasmim O., 13 anos, estudante da Emef Paulo Gonçalves dos Santos.

Sobre a Semana da Imprensa

A Semana da Imprensa do Brasil é inspirada no evento de mesmo nome que acontece há mais de 30 anos na França. Durante uma semana, as escolas do país ficam focadas em falar sobre jornalismo com os estudantes.

Um dos objetivos do evento é informar e aproximar as crianças e os adolescentes do funcionamento do jornalismo. A ideia é que, desse modo, os estudantes sejam estimulados a uma reflexão sobre como a imprensa funciona e qual é seu papel na sociedade.

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