Roteiristas protestando. Em uma das placas é possível ler "não à IA". Crédito da imagem: David McNew/Getty Images

No dia 2 de maio, o Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) anunciou que os profissionais do setor nos Estados Unidos entraram em greve depois que uma extensa negociação com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP, na sigla em inglês) terminou sem acordo. Essa é a primeira greve dos roteiristas em 15 anos. 

Os grevistas estão fazendo três exigências principais, que os produtores (como Disney e Netflix) alegam não ter condições de cumprir. 

A primeira é salários mais altos. Atualmente, quase metade dos roteiristas norte-americanos recebe o valor mínimo estabelecido pelo sindicato, enquanto o pagamento de um profissional no cargo mais alto caiu 4% nos últimos dez anos. 

Crédito da imagem: David McNew/Getty Images

A segunda exigência é a criação de um sistema compensatório para séries e filmes que ficam por anos nos catálogos de serviços de streaming. Até pouco tempo atrás, boa parte da renda de um roteirista comum vinha dos chamados “residuais”, que são pagos toda vez que uma produção é reprisada em um canal de televisão ou um DVD é vendido. Com a ascensão das plataformas de streaming, a prática está desaparecendo e os pagamentos são fixados anualmente, não importa quanto sucesso o filme ou série gere. Isso se traduziu em prejuízo financeiro.

Séries famosas podem ser afetadas. Pôster de The Mandalorian. Foto: reprodução Instagram

A terceira demanda diz respeito à Inteligência Artificial. O sindicato exige que as produtoras não usem IA para criar novos roteiros com base em trabalhos antigos. Eles também querem proibir a modalidade de trabalho em que um roteirista é contratado apenas para revisar e aprimorar uma história produzida inteiramente via Inteligência Artificial. 

Os impactos da greve poderão ser sentidos primeiro em programas de entrevistas, que têm roteiros novos todos os dias. As séries que já estão sendo gravadas serão lançadas normalmente, mas produções em estágios iniciais, como a nova temporada de Stranger Things, poderão ter o cronograma adiado. Filmes serão os menos afetados, pois o tempo de produção é muito longo e os grandes lançamentos de 2023 já foram roteirizados há pelo menos dois anos. 

Entre 2007 e 2008, os roteiristas ficaram paralisados por cem dias para exigir melhores condições de trabalho. Isso fez com que séries tivessem temporadas mais curtas ou fossem adiadas, enquanto reality shows e reprises dominaram a programação dos canais de televisão.

Fontes: G1, Folha de S.Paulo, CNN Brasil e USA Today

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Comentários (1)

  • Roteiristas de Hollywood chegam a um acordo com empresas - Jornal Joca

    7 meses atrás

    […] Saiba mais sobre como a greve dos roteiristas de Hollywood começou aqui no Joca. […]

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