liberação uso de máscaras rio 183
#pracegover: pessoas circulando por região movimentada, algumas com máscaras e outras sem. Crédito de imagem: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

A cidade do Rio de Janeiro liberou o uso de máscaras em lugares abertos e fechados em 7 de março. A decisão segue determinação do Comitê Científico do município. Para o órgão, as baixas taxas de transmissão de covid-19 na cidade justificam a medida.

Os moradores de Brasília (DF) e Natal (RN) também já podem ficar sem máscara em qualquer lugar. Em outras capitais, como Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS) e São Paulo (SP), a liberação vale somente para quem estiver ao ar livre. Belém (PA), Cuiabá (MT) e Salvador (BA) estão entre os locais que mantêm, até o fechamento desta edição, o uso obrigatório de máscara em qualquer ambiente.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso do item continua sendo obrigatório em aeroportos e aeronaves, já que a circulação de pessoas de diferentes perfis e origens é muito grande nesses locais.

Opinião de especialistas
Para especialistas ouvidos pelo Joca, ainda é cedo para abrir mão das máscaras. “Ao retirar o item completamente, estamos facilitando a vida do vírus”, afirma o pesquisador em saúde pública Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo ele, apesar de o número de casos se manter baixo após a alta do início do ano, seriam necessários pelo menos dois meses de manutenção dessa queda. “A Austrália teve sucesso ao liberar as máscaras, mas só após manter casos baixos por muito tempo”, aponta.

A infectologista Raquel Stucchi, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, defende que a liberação só deveria acontecer em ambientes abertos e sem aglomeração a partir de 20 de março, quando seria possível verificar o eventual aumento de casos e internações por covid-19 após o Carnaval.

“Não há justificativa em termos científicos para deixar de usar as máscaras em locais fechados e abertos com aglomeração agora. Esta é uma discussão que deveria ser feita em setembro”, diz. Ela explica que, nos meses de outono e inverno, há maior ocorrência de doenças respiratórias e a máscara é importante para reduzir a transmissão na retomada das atividades presenciais.

Raquel ainda explica que, em outros locais do mundo com liberação do uso de máscaras, há um percentual de vacinação com terceira dose maior do que no Brasil, além de, por exemplo, redução de casos, internações e mortalidade há várias semanas. É o caso de Portugal e França.

O que eu penso sobre…

“Faz muito tempo que estamos sendo obrigados a usar a máscara, mas a gente não se acostuma. Sem a máscara, dá para ficar com a autoestima lá em cima, e isso, para mim, é muito bacana.” Lara L., 11 anos, aluna do 7º ano na escola Eliezer Max, Rio de Janeiro (RJ)

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#pracegover: Lara usa camiseta branca com detalhes em azul e preto. Ela está com as mãos sobrepostas sobre o peito. Foto: arquivo pessoal

“Acho que as crianças, como não tomaram as três doses da vacina, não devem tirar a máscara em nenhum lugar. Os adultos, em locais abertos, podem, mas, quando entrarem em lugares fechados, devem voltar a colocar a máscara.” Davi B., 11 anos, aluno do 7º ano na escola Eliezer Max, Rio de Janeiro (RJ)

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#pracegover: Davi usa camiseta branca com detalhes em azul. Ele está de máscara. Foto: arquivo pessoal

Fontes: Agência Brasil, Fiocruz, Folha de S.Paulo e G1.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 183 do jornal Joca

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