Evento levará ao G20 sugestões de políticas voltadas a áreas periféricas
Em 29 de abril, começou a primeira de uma série de conferências internacionais para discutir a situação das favelas ao redor do mundo. O primeiro encontro foi no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro e, até setembro deste ano, acontecerão reuniões em mais de 3 mil favelas, de 41 países, incluindo de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. As conferências têm o objetivo de elaborar um documento com sugestões de políticas públicas voltadas a moradores de favelas e será entregue para os chefes de Estado e governo presentes na próxima cúpula do G20 (grupo com as maiores economias do mundo), marcada para novembro, no Rio de Janeiro.
“As favelas contribuem muito para o desenvolvimento do país com sua mão de obra. E os pensamentos que a favela tem normalmente não são aproveitados pelo poder público, porque a favela não é consultada sobre temas relevantes”, afirma Celso Athayde, cofundador da Central Única das Favelas (Cufa), em entrevista à Agência Brasil. “E agora, com o G20, é uma oportunidade que a gente tem de a favela se organizar, pautar os temas que nos interessam. É a chance que a favela tem de mostrar que tem capacidade de pensar sobre os temas que os governos estão propondo: a sustentabilidade, os direitos humanos, a [redução da] desigualdade”, completou.
Além do relatório do G20, será elaborado um documento sobre políticas socioambientais para a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas (COP30), principal encontro global sobre mudanças climáticas, que será em novembro de 2025, no Pará.
A Conferência Internacional das Favelas-20 integra o calendário de eventos do grupo que está sendo presidido pelo Brasil e o programa G20 Social, que pretende ampliar a participação da população nas decisões dos governos. Os eventos são organizados com o apoio da Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e liderados pela Cufa, com participação das frentes Nacional Antirracista e Parlamentar em Defesa das Favelas e Respeito à Cidadania de Seus Moradores.
FONTES: AGÊNCIA BRASIL, VOZ DAS COMUNIDADES, TERRA E G20.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 223 do jornal Joca.
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