Relatório da ONU indica que número de pessoas que passam fome reduziu 43,9%
No dia 24 de julho, foi divulgada a última edição do “Relatório das Nações Unidas sobre o estado da insegurança alimentar mundial” (Sofi 2024, na sigla em inglês). De acordo com os novos dados, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar diminuiu 43,9% no Brasil. O quadro, que atingia cerca de 70,3 milhões de brasileiros no triênio (período de três anos) de 2020 a 2022, caiu para 39,7 milhões entre 2021 e 2023.
Já em relação ao índice de pessoas em situação de insegurança alimentar severa — ou seja, quando há insuficiência de alimentos, podendo causar fome —, a redução foi em torno de 85% em um ano, saindo de 17,2 milhões de brasileiros em 2022 para 2,5 milhões no ano seguinte.
O país, no entanto, permanece no Mapa da Fome, que é a relação de todas as nações que apresentam taxa insatisfatória de habitantes com risco de subnutrição — consequência da pouca ou nenhuma ingestão de alimentos saudáveis. O indicador do Brasil caiu de 4,2% para 2,8%, de acordo com o documento. Para sair do Mapa, as nações precisam estar abaixo de 2,5%.
Segurança alimentar é o estado de quem tem acesso ininterrupto a uma alimentação saudável e de qualidade, tendo condições para comer todos os nutrientes básicos diariamente. Quando isso não ocorre, há a insegurança alimentar, que se apresenta em três níveis: leve, moderada e grave.
O relatório anual Sofi leva em consideração o levantamento de dados de cinco agências da Organização das Nações Unidas (ONU): Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e a Agricultura (FAO); Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida); Fundo das Nações Unidas Para a Infância (Unicef); Organização Mundial da Saúde (OMS); e Programa Mundial de Alimentos (WFP).
Na última edição, o relatório indicou que uma a cada 11 pessoas (cerca de 733 milhões) enfrentaram a fome no mundo. A subnutrição permaneceu estável quando comparado aos níveis pós-pandêmicos, em 9,1% da população.
Em 24 de julho, o governo brasileiro fez o pré-lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Segundo representantes governamentais, o lançamento oficial do programa só será feito em novembro, durante a Cúpula de Chefes de Estado do G20, no Rio de Janeiro (RJ).
O objetivo do programa é construir uma rede de combate à fome entre países, organizações e financiadores. O Brasil pretende auxiliar na construção de políticas públicas internacionais, sugerindo soluções e oferecendo uma gama de ações bem-sucedidas já realizadas internamente, para que sirvam de exemplo.
O Grupo dos 20 (G20) é formado pelas nações com as maiores economias do mundo. Fundado em 1999, é composto por 19 países, pela União Europeia e, mais recentemente, pela União Africana. Todos os anos, os representantes se encontram para debater questões relacionadas à economia internacional. Os países-membros representam mais de dois terços da população mundial.
HAITI 50,4%
CHADE 35,1%
LIBÉRIA 38,4%
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO 37%
ZÂMBIA 35,4%
ZIMBÁBUE 38,1%
IÊMEN 39,5%
SOMÁLIA 51,3%
UGANDA 36,9%
MADAGASCAR 39,7%
“Eu já tinha ouvido falar sobre o assunto, mas não conhecia o termo segurança alimentar. Eu acho que a diminuição da insegurança alimentar no Brasil, mesmo que não muito grande, é um começo. Todos têm o direito de ter uma alimentação contínua com alimentos saudáveis e todos deveriam se preocupar com o tema, porque não é um problema só para quem tem insegurança alimentar”, Manuela V., 9 anos, Ouro Preto (MG)
FONTES: MINISTÉRIO DA SAÚDE, AGÊNCIA GOV, ONU, FAO, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, G20, G1, FOLHA DE S. PAULO, O GLOBO E VALOR ECONÔMICO.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 227 do jornal Joca.
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