Número de nascimentos no país diminuiu, enquanto taxa de mortalidade aumentou
De acordo com um novo relatório divulgado no dia 17 de janeiro, pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) de Pequim, a população da China continua diminuindo pelo segundo ano consecutivo. Em 2023, o número total de habitantes do país foi de 1,409 bilhão de pessoas; em 2022, a população era de 1,411 bilhão. Em 2022, a China perdeu o posto de país mais populoso da Terra para a Índia; saiba mais aqui.
De 2021 para 2022, a população chinesa também havia diminuído. No entanto, em 2023, a queda foi o dobro da mostrada anteriormente. Vale dizer que 2022 foi o primeiro ano que apresentou uma queda no número demográfico do país desde 1961.
A redução se dá, principalmente, por um índice menor de nascimentos no país e um aumento no número de mortes. Em 2023, nasceram 9,02 milhões de bebês na China; já em 2022, foram 9,56 milhões de nascimentos. Em relação ao número de óbitos, em 2022, foram 10,4 milhões; em 2023, 11,1 milhões.
O ano de 2023 marcou a menor taxa de natalidade já registrada na China: foram 6,39 nascimentos para cada mil pessoas. Em 2022, a taxa foi de 6,77 nascimentos por mil habitantes.
Nos últimos anos, a nação vem passando por um processo de crise demográfica, que representa queda no número de natalidade e aumento nos índices de mortalidade da população.
A crise acontece no país por diversas razões, como o envelhecimento dos cidadãos, as fortes medidas de restrição durante a pandemia de covid-19 e fatores econômicos e culturais. Por exemplo: números mostram uma diminuição do investimento da população chinesa no mercado imobiliário e de decoração. Além disso, muitos dos jovens do país alegam que não pensam em ter filhos.
Por muito tempo, em virtude do grande número populacional, a China manteve a política do “filho único”, em que permitia que cada família tivesse apenas um filho, por temer uma “superpopulação”. Quem descumprisse a restrição pagava multa e perdia o emprego, entre outras punições. Desde 2016, o país passou a permitir dois filhos e, em 2021, três filhos por família.
Mesmo assim, isso não fez com que o número de natalidade no país subisse. Pelo contrário: nos últimos seis anos, a população chinesa continua sofrendo uma forte queda na taxa de natalidade. No fim de 2022, nasceram 9,5 milhões de pessoas, mas morreram 10,4 milhões, ou seja, 850 mil a mais do que o número total de nascimentos. Antes de 2022, o último ano em que a densidade demográfica do país havia diminuído fora 1960.
Além de suspender a medida do filho único, a nação vem investindo em outras maneiras de incentivar o aumento da taxa de natalidade. Entre elas, houve a criação de benefícios (como redução de impostos, planos de saúde e apoio em educação e moradia) a famílias que optem por ter mais de um filho, além de melhorias em serviços de creche — que atendem crianças nos primeiros anos de vida — e um maior investimento em políticas de saúde reprodutiva.
Glossário:
Taxa de natalidade: número de nascidos vivos a cada mil pessoas em determinado espaço geográfico, como um país, em um ano.
Densidade demográfica: índice que calcula o número de habitantes por determinada área.
Política agrícola: conjunto de medidas que regulam atividades agropecuárias de acordo com interesses políticos, econômicos e sociais em determinada comunidade.
Fontes: Folha de S.Paulo e NBS.
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