Essa deve ser a segunda vez que uma nave alcança o planeta.
A missão nomeada de BepiColombo, idealizada pelo Japão e Europa, foi lançada em 20 de outubro de um centro espacial em Kourou, na Guiana Francesa, a partir do foguete Ariane 5, pretendendo chegar a Mercúrio.
Duas espaçonaves irão observar o planeta de pontos específicos, para que ele seja melhor estudado. Os cientistas acompanharão as descobertas por meio de fotos e vídeos.
A missão planeja fazer um mapa da superfície de Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, usando laser e também pesquisando sobre a sua grossa crosta. A previsão é de que seja concluída até 2028. A missão demorou mais de dez anos anos para ser desenvolvida.
A velocidade de rotação (movimento realizado pelos planetas em torno de si mesmos) da Terra é maior em lugares próximos ao Equador. Essa região promove um impulso extra na decolagem de foguetes, o que também economiza combustível. Por isso, a Guiana Francesa, país vizinho, foi o local escolhido para a partida.
A nave Mercant Planetary Orbiter (MPO), financiada pela Agência Espacial Europeia, estudará a superfície e o interior do planeta. O Mercury Magnetospheric Orbiter (MMO), produzido pela Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial, irá analisar o campo magnético. Ambas serão levadas até Mercúrio por um veículo maior, o Mercury Transfer Module (MTM), e esse é o diferencial do experimento: ser guiado por duas naves ao mesmo tempo.
As temperaturas são extremas por lá: variam de -173 ºC a 426 ºC. Isso é o que mais dificultou a conclusão das outras missões. Para tornar essa possível, a MPO foi construída com um grosso cobertor térmico e um potente radiador, responsável por diminuir temperaturas muito altas.
Apesar da curta distância entre a Terra e Mercúrio – 77 milhões de quilômetros -, o planeta permaneceu inexplorado por muito tempo devido à proximidade ao Sol e à dificuldade de controlar a velocidade da nave diante da força da gravidade solar.
Será preciso uma passagem pela Terra, duas por Vênus e seis por Mercúrio até a BepiColombo alcançar a órbita do destino na velocidade correta. Se tudo der certo, ela deve se tornar a segunda missão a conseguir esse feito.
Até hoje, duas missões já visitaram Mercúrio, apenas uma sendo bem-sucedida. A Mariner 10, em 1973, não se aproximou corretamente do astro. Já a Messenger, lançada em 2004, orbitou o planeta entre 2011 a 2015, quando o combustível da nave chegou ao fim.
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Concordo
Eu acho que não vão conseguir até 2028, porque as temperaturas são muito elevadas. A ciência teria que avançar muito para criar um material muito resistente ao calor.
Ótima conclusão Bernardo!
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