Em 5 de março, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha, na sigla em inglês) informou que mais de 48,2 milhões de pessoas da África Oriental (cerca de 9,6% da população total da região, que é de 497,3 milhões em 2024, segundo a ONU) se encontram em quadro de fome severa, em que o acesso a alimentos saudáveis em quantidade regular é tão escasso que não há o que comer. Alguns dos países mais atingidos são Etiópia, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Quênia.

Segundo o relatório do Ocha, eventos climáticos recentes foram alguns dos fatores que agravaram o cenário de fome severa. Desde 2021, a região vinha sofrendo com uma seca intensa, considerada a pior em 40 anos. O período de estiagem prejudicou fortemente o cultivo de alimentos e a criação de animais.

Na sequência, 2023 foi marcado pelo El Niño, fenômeno natural que ocorre no Oceano Pacífico e afeta a temperatura e os padrões de chuva no mundo. O evento provocou inundações na África Oriental que afetaram em torno de 5,3 milhões de pessoas no fim do ano passado.

#pracegover: homens e mulheres pegam água de galões amarelos. Eles estão próximos uns aos outros em um lugar a céu aberto. Ao fundo é possível ver algumas árvores. Crédito de imagem: Ed Ram/Getty Images

Situação geral da região 

Países da África Oriental ainda enfrentam questões como surtos de algumas doenças (cólera, sarampo e malária), crises políticas e de deslocamento.

Apenas na Etiópia foram registrados 35 mil casos de cólera e 30 mil de malária do início de 2024 ao fim de fevereiro. Em toda a região houve mais de 80 mil infectados por cólera nesse período.

Além disso, existem ao menos 17 milhões de pessoas que se deslocam internamente de um território a outro em busca de condições básicas de vida. Ainda há cerca de 5,1 milhões de refugiados procurando abrigo em diferentes países da área. “Os conflitos são o principal fator de deslocamento, com 6,1 milhões de pessoas fora de casa no Sudão, até janeiro de 2024, e 4,6 milhões de pessoas deslocadas internamente na Etiópia”, aponta o relatório.

Glossário

CÓLERA: doença transmitida por bactéria, pode causar diarreia grave e desidratação.
MALÁRIA: transmitida pela picada de mosquitos carregando o parasita Plasmodium, causa sintomas como febre, dor de cabeça, enjoo e dores musculares. A gravidade varia de acordo com a espécie do parasita.
SARAMPO: infecção viral, transmitida pelo ar, que causa febre, tosse, garganta inflamada e irritação na pele, com manchas vermelhas.

FONTES: AGÊNCIA BRASIL, BRASIL ESCOLA, CARE, NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL, OCHA, THE EASTAFRICAN E THE ECONOMIST.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 220 do jornal Joca.

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