Política alegou que não possui “combustível” suficiente para mais um mandato
A atual primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou oficialmente, em 19 de janeiro, que não disputará a próxima eleição e que pretende renunciar ao cargo de primeira-ministra até fevereiro deste ano.
Do Partido Trabalhista, ela foi eleita para o parlamento da Nova Zelândia em 2008. Em 2017, assumiu o posto de vice-líder do partido. No mesmo ano, venceu as eleições e assumiu como primeira-ministra da Nova Zelândia – um marco como a mais jovem líder de um país, com 37 anos na época. Em outubro de 2020, a política foi reeleita em uma vitória com bastante folga.
Como justificativa ao pronunciamento de renúncia, Ardern alegou que já não dispõe de “combustível” suficiente para seguir com a carreira como gostaria e que imagina ser necessário para construir um bom governo para a população. Com 42 anos, ela, que governou nos últimos seis anos e enfrentou a crise de covid-19 (saiba mais abaixo), apontou que seu trabalho como primeira-ministra em dois mandatos trouxe grande peso e cansaço.
“Eu sei que haverá muita discussão após essa decisão sobre qual foi o chamado motivo ‘real’. O único ângulo interessante que você encontrará é que, depois de enfrentar seis anos de grandes desafios, eu sou humana. Os políticos são humanos. Damos tudo o que podemos, pelo tempo que podemos, e então é a hora. E, para mim, é a hora”, declarou Ardern em discurso oficial na televisão neozelandesa.
A Nova Zelândia funciona como uma democracia parlamentar independente. Ou seja, o chefe de Estado titular é o rei Charles III, do Reino Unido, representado na nação pela governadora-geral, Cindy Kiro. No entanto, eles não exercem influência na política local. Com Kiro, atua o parlamento da Nova Zelândia – até o momento sob a liderança da primeira-ministra Jacinda Ardern, além de ser composto pela Câmara dos Representantes (algo similar à Câmara dos Deputados no Brasil).
O Partido Trabalhista definirá os próximos passos – a renúncia de Ardern está prevista para ocorrer até 7 de fevereiro. Primeiro, será realizada uma votação para saber quem ocupará o cargo de primeiro-ministro até as eleições gerais para o parlamento, que serão realizadas em 14 de outubro. A votação para isso deve ocorrer em 22 de janeiro.
Embora tenha ganhado enorme popularidade pelo sucesso em momentos como o combate à covid-19 na Nova Zelândia ainda no início da crise sanitária, quando rapidamente fechou as fronteiras do país, em 2020, nos últimos meses o governo da primeira-ministra vinha recebendo críticas da população em virtude da alta nos índices de criminalidade e violência, além do aumento da inflação.
Com esse cenário, pesquisas apontavam que seria bastante difícil para Ardern ser reeleita. Mesmo assim, a primeira-ministra ressaltou que esse não é o verdadeiro motivo pelo qual está renunciando. Ela acredita que o Partido Trabalhista tem chance de mais uma vitória e, com isso, admite não se sentir preparada o suficiente para mais esse desafio.
“Não estou saindo porque acho que não conseguiremos vencer a eleição, e sim porque acredito que podemos e iremos — e precisamos de gente nova para esse desafio”, concluiu ela.
Embora sua popularidade estivesse diminuindo nos últimos meses, Ardern teve outros momentos marcantes no governo, como se tornar a segunda mulher do mundo a ser mãe enquanto chefiava um país. Ela conta que gostaria de ser lembrada como alguém que governou, acima de tudo, com gentileza. “Espero deixar os neozelandeses com a crença de que você pode ser gentil, e forte; empático, e decisivo; otimista, e focado”, declarou.
Parlamento: assembleia composta por políticos que representam os cidadãos.
Inflação: aumento generalizado de preços.
Fontes: G1, O Globo, Exame, BBC, Wikipedia e Wikipedia.
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