Estiveram presentes representantes dos 26 estados e do Distrito Federal, além de chefes do Legislativo e Judiciário. Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas/reprodução

Em 9 de janeiro, um dia depois da invasão dos prédios públicos em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com os representantes dos governos executivos dos 26 estados brasileiros, mais o Distrito Federal, além de líderes dos poderes Legislativo e Judiciário, para reafirmar a união e os valores democráticos da política brasileira.

“Eles têm que aprender que a democracia é a coisa mais complicada para a gente fazer, porque exige a gente suportar os outros, exige conviver com quem a gente não gosta, com quem a gente não se dá bem, mas é o único regime que permite que todos tenham a chance de disputar e quem ganhar tem o direito de governar”,

disse Lula durante reunião com as principais figuras políticas e representantes dos Três Poderes.

Em seguida, Lula e as demais lideranças políticas caminharam do Palácio do Planalto ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) para observar os estragos causados durante os ataques. Estava presente a maior parte dos governadores, com exceção de Mauro Mendes (do Mato Grosso), Ronaldo Caiado (Goiás), Marcos Rocha (Rondônia) e Gladson Cameli (Acre), que enviaram representantes para o encontro. Já em nome do Distrito Federal, compareceu a governadora em exercício, Celina Leão, uma vez que o governador Ibaneis Rocha foi afastado por 90 dias do cargo.

Também estavam presentes membros do Legislativo e Judiciário, como a presidente do STF, Rosa Weber, o procurador-geral da República, Augusto Aras, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o vice-presidente do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo.

Manifestações contra atos terroristas acontecem em diversas cidades brasileiras

Segundo as principais fontes de notícias do país, manifestantes de todo o Brasil foram às ruas no dia 9 para apoiar a democracia e repudiar a invasão de prédios públicos em Brasília. Dentre os municípios que tiveram protestos estão as capitais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Pará, Bahia, Amazonas, Ceará e Pernambuco.

Muitos manifestantes, por meio de cartazes e gritos, repetiram os dizeres “sem anistia”. Anistia significa perdão, esquecimento. Assim, os protestos, direcionados às autoridades, pediam que não houvesse esquecimento e impunidade (falta de punição) pelos crimes cometidos no domingo, dia 8, na capital do país.

Manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). Na imagem, uma faixa com os dizeres “Sem anistia! Golpistas na cadeia!”. Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas/reprodução

Aneel registra queda de três torres de transmissão de energia
Na madrugada do dia 9, três torres de transmissão de energia foram derrubadas no país, uma no estado do Paraná e duas em Rondônia. Segundo boletim divulgado pelo gabinete de crise coordenado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há indícios de vandalismo nas torres derrubadas e tentativas de depredação em outras instalações. Até a publicação deste texto, não havia confirmação de ligação entre os atos ocorridos em Brasília e a queda das torres. Clique aqui para saber mais no site do TINO Econômico.

Glossário

Câmara dos Deputados: local em que trabalham os deputados federais, faz parte do Poder Legislativo.

Democracia: forma de governo em que a decisão da maioria determina, por meio das eleições, quais candidatos serão os governantes do país. Também é caracterizada pela distribuição equilibrada do poder – ou seja, ele não fica concentrado em uma única autoridade ou órgão.

Golpistas: um golpe de Estado acontece quando indivíduos tomam o poder de um Estado (como o de um país) de maneira ilegal. Assim, golpistas são as pessoas que tentam dar um golpe, mesmo que sem sucesso.

Palácio do Planalto: sede do Poder Executivo Federal, local onde está o Gabinete Presidencial do Brasil.

Poder Judiciário: garante o cumprimento e a interpretação das leis, obedecendo a Constituição.

Poder Legislativo: elabora leis e as fiscaliza e é ocupado por senadores, deputados federais e estaduais e vereadores.

Procurador-Geral: atua como chefe do Ministério Público Federal (MPF), entidade que fiscaliza as ações dos três poderes que comandam o país: Executivo (presidente e ministros), Legislativo (deputados e senadores) e Judiciário (juízes, ministros do Supremo Tribunal Federal, entre outros).

Senado Federal: onde trabalham os senadores, faz parte do Poder Legislativo.

Supremo Tribunal Federal (STF): última instância do Poder Judiciário brasileiro, é o guardião da Constituição. Ou seja, cabe ao STF fiscalizar as ações dos poderes Executivo (como o presidente da República) e Legislativo (deputados e senadores), garantindo que estes atuem dentro do que diz a Constituição.

Terrorismo: conjunto de atos que geram medo por meio da violência e destruição, podendo ser praticado individualmente ou em grupo. Com objetivos muitas vezes políticos e/ou econômicos, atos terroristas buscam alterar a ordem social se utilizando do caos.

Três Poderes: teoria de organização política criada na Antiguidade e exercida no Brasil, composta pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário – a separação é definida pela Constituição Federal de 1988. O Poder Executivo é responsável por administrar e governar o Estado, com os cargos de presidente, governadores e prefeitos.

Fontes: Folha de S.Paulo, G1, STF, G1 e Estadão.

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