Vinicius Marques

Na última semana de abril, foi realizado, em Brasília (DF), o Acampamento Terra Livre (ATL), encontro anual de representantes dos quase 300 povos indígenas que existem no Brasil. Um dos temas discutidos foi a Educação Escolar Indígena (EEI), que busca associar os conhecimentos exigidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — conjunto de diretrizes do governo indicando o que deve ser ensinado nas escolas — com os saberes próprios de cada povo. 

“Antes de tudo, é importante entender que há a educação indígena e a EEI”, explica a professora Tayra Jurum Tuxá, representante do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei) da Bahia. A primeira é o conhecimento adquirido pelas crianças com sua família e aldeia. A segunda se refere ao modelo de educação em que cultura, idioma, costumes e história do povo onde a escola está situada são trabalhados dentro do ambiente escolar. “Não existe uma única EEI, cada povo tem a própria maneira de educar”, diz Tayra. 

Assim, as diretrizes da EEI passam por consumir literatura indígena, trazer a sabedoria de idosos do povo para a sala de aula e até trabalhar os idiomas indígenas. “Queremos que nossos alunos entendam que o português, mesmo sendo o mais usado, é a língua estrangeira, que veio da Europa”, continua. 

Desde pequena, Ana Beatriz A. J. Tuxá, 15 anos, estudante do Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas (BA), aprendeu em sala de aula a afirmar sua identidade e ancestralidade. “Os professores têm o objetivo de nos preparar para o futuro, (…) sem negar quem somos; entrando em universidades, marcando presença e existência”, declara. 

Tayra conta que há também crianças em colégios não indígenas. Nesses casos, há um despreparo por parte das instituições para receber esses alunos e, ao mesmo tempo, ensinar a todos os estudantes a realidade dos povos, sem generalizá-los. 

Clique aqui para ler a reportagem completa.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 205 do jornal Joca.

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