A definição de “segunda língua” abrange todo e qualquer idioma aprendido depois da língua materna, isto é, a de origem de uma pessoa. Estudos mostram que aprender a falar outo idioma ainda nos primeiros anos de vida é mais fácil.

Assim, escolas como a The British College of Brazil (BCB), de São Paulo, oferecem ensino em inglês, assim como aulas em português, desde os anos primários até a formação do ensino édio. “O ensino de uma segunda língua na infância permite que a criança desenvolva uma fluência não só na língua adicional, como também em sua linguagem nativa. Ela consegue crescer e se desenvolver com mais fluência nas duas línguas, expressando-se melhor”, explica Pete Knight, coordenador de inglês da British College.

Por questões econômicas e culturais, o inglês costuma ser a primeira opção na hora de ensinar um idioma novo. No entanto, existem diversas possibilidades. O Centro de Estudos de Língua Paulistano (Celp), iniciativa da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, oferece aulas gratuitas de seis idiomas (alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês) para alunos do 4° ao 9° ano da rede municipal. As aulas acontecem em unidades de Centro Educacional Unificado (CEU). 

“Trabalhamos não só a língua, como todos os costumes e a cultura que a envolvem. É importante que o aluno consiga aprender a valorizar a língua e cultura do próprio país quando aprende novas linguagens, para agregar novas possibilidades. Isso é o pluralismo linguístico”, explica Enrique Rodrigues, professor de inglês do Celp nos CEUs Meninos e Parque Bristol. Ao todo, na cidade de São Paulo são 41 Celps que atendem 3.950 estudantes. O projeto, ainda em implantação, é uma medida de política pública assegurada por lei.

Ainda assim, muitas vezes o ensino de outro idioma não se torna acessível para todos. Por isso, Enrique destaca a importância da divulgação de iniciativas como o Celp: “É preciso que as pessoas saibam que projetos assim existem, principalmente com uma variedade de línguas. É um diferencial muito grande para alunos da rede pública”. 

Diferentes maneiras de aprendizagem

O professor Enrique também utiliza meios lúdicos para aproximar a nova língua dos alunos. “Em aula, temos um passaporte com as quatro habilidades: leitura, escrita, fala e audição. Cada vez que uma atividade é realizada, por exemplo, o aluno recebe um adesivo em uma das categorias, como um jogo de acumulação de pontos. Isso o estimula.”

O cenário com novas técnicas que desafiam os alunos se repete na BCB. “Nós aplicamos diferentes métodos para desenvolver a linguagem de cada estudante. Incentivamos debates, técnicas de memorização, associação. Quando o aluno desenvolve confiança ao falar, ele também se torna um escritor confiante, um orador confiante”, conta Pete.

“Para mim é muito legal, porque você pode aprender as palavras de formas diferentes. Por exemplo: às vezes você aprende uma palavra em inglês que tem o mesmo significado em português, mas a pronúncia delas é diferente”, disse Laura G., 10 anos, estudante da escola The British College of Brazil.

“Eu acho a língua [o inglês] muito interessante e a cada descoberta me interesso mais. Eu gosto do sotaque, de traduzir, da pronúncia diferente das palavras”, conta Emanuel G., de 11 anos, sobre o estudo do idioma no Celp. 

Já para Max B., 10 anos, também aluno da BCB, um aspecto importante do português é a afetividade com o idioma. “Eu gosto da língua portuguesa porque é a língua materna dos meus pais e, na minha casa, minha família fala português. Isso facilita também porque eu já falo português há anos, diferentemente de alguns dos meus colegas de classe que não são brasileiros. Eu gosto muito de inglês, porque é uma língua muito usada e eu sou muito grato por estar em uma escola bilíngue.”

Fontes: SME, The British College of Brazil, BBC e The Journal of Neuroscience.

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