Crédito de imagem: Greg Rosenke/Unsplash/reprodução

Segundo o “Panorama de gênero 2022”, da ONU Mulheres (entidade da Organização das Nações Unidas que promove a igualdade de gênero), apenas 19,9% dos profissionais da ciência e da engenharia são do gênero feminino. No entanto, nos últimos anos, diversas ações e leis de incentivo ao redor do mundo fizeram com que, ao menos no Brasil, o número de alunas que ingressaram e concluíram faculdades de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, na sigla em inglês) aumentasse 96% de 2010 para 2021.

Em 2018, por exemplo, a partir de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), criou-se o projeto Meninas Olímpicas, com o objetivo de ensinar às meninas do ensino fundamental, médio e até mesmo estudantes de universidade, maneiras de enfrentar a exclusão das matérias de STEM. Atualmente, o projeto é financiado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e por um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

De acordo com Letícia Rangel, coordenadora da iniciativa, o trabalho é feito, no geral, em três frentes: com atividades semanais no contraturno escolar, com desafios matemáticos, além do ensino de robótica; visitas a centros de produção de conhecimento, onde as estudantes conhecem mulheres de referência no campo científico; e formação das próprias professoras, que, muitas vezes, não estão familiarizadas com a disciplina de robótica. Alessandra, 14 anos, está no projeto há quase um ano e o considera muito importante. “Ele nos ajuda a ter coragem de sermos o que quiser, pois todos nós sabemos que vivemos em uma sociedade bem machista e que ‘determina’ certos trabalhos a homens”, declara.

“Estou no projeto do Impa das Meninas Olímpicas há quase um ano. O projeto está sendo muito importante para o meu conhecimento, estou aprendendo coisas incríveis que vão me fortalecer no futuro. Agradeço muito por estar nesse projeto, vivendo experiências maravilhosas.”

Jhennifer, 14 anos

“Estou no projeto há quase um ano, está sendo muito importante para mim porque eu consigo explorar os meus conhecimentos de uma forma muito legal e descobrir coisas novas.”

Maria Clara, 13 anos

“Estou no projeto há quase um ano. Está sendo importante para mim, porque eu percebi que matemática não é só números, vai além disso. Por isso ela é importante para mim: a matemática me conectou com pessoas incríveis, e eu agradeço ao Impa e aos meus professores por me proporcionar momentos e experiências incríveis.”

Lara M., 14 anos

“Estou no projeto há quase um ano. Ele é importante para mim, porque eu estou aprendendo muito e vivendo muitas experiências inesquecíveis. Eu me sinto muito honrada por estar participando desse projeto.”

Maria Paula, 15 anos

Outro exemplo é o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), organismo da ONU que trata de questões populacionais, como a igualdade de gênero. Desde o ano passado, o fundo fez uma parceria com a Olimpíada Nacional de Ciências para premiar as cinco estudantes de escolas públicas (uma de cada região do país) com as maiores notas na prova. A premiação consiste em um troféu de reconhecimento e uma viagem para Brasília com um acompanhante responsável. 

Para Anna Cunha, da área de juventudes do Unfpa, destacar a participação das meninas na ciência é urgente para promover a igualdade de gênero. “Essa premiação tem um papel de permitir que as meninas enxerguem um futuro em que elas podem ser protagonistas”, diz. Ana Clara, 19 anos, foi uma das premiadas na ONC de 2022, representando o Nordeste na categoria do 3º ano do ensino médio.

Ana diz que, ao longo de todo o processo, percebeu que a ONC não era apenas para um nicho específico de garotos, como imaginava. “A ciência sempre esteve muito envolvida na minha vida”, conta. “[E essa premiação] foi uma experiência muito significante. Eu pude levar meu pai para conhecer tanto uma das sedes da ONU, como os próprios ministros da época.”

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