Texto final da conferência fala em transição energética dos combustíveis fósseis para fontes de energia alternativas
Terminou, em 12 de dezembro, a 28ª Conferência das Partes (COP28) das Nações Unidas (ONU), principal encontro global sobre mudanças climáticas. O evento foi sediado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), e reuniu, desde a abertura, em 30 de novembro, em torno de 70 mil pessoas, entre representantes de quase todos os países, ativistas, pesquisadores e jornalistas (para saber mais, acesse a matéria do Joca, clicando no quadro abaixo).
Ao final de toda cúpula, é elaborado, em conjunto, um texto que resume os principais debates do evento, as metas a serem atingidas e, sobretudo, as ações necessárias para cumprir tais objetivos. Na tarde do dia 11, o órgão climático da ONU publicou uma versão preliminar do texto, que acabou desagradando boa parte dos ambientalistas por não apresentar medidas importantes para a luta contra as mudanças climáticas, como o fim gradual da energia fóssil.
Energia fóssil: gerada com a queima de materiais produzidos pela decomposição de seres vivos, como carvão mineral, petróleo e gás natural, encontrados no subsolo. A combustão dessas substâncias é altamente poluente para a atmosfera terrestre.
Em discurso na cúpula, o diretor-geral desta edição da COP, o embaixador Majid Al Suwaidi, afirmou que a presidência faria de tudo para entregar os resultados do encontro ainda no dia 12. Entretanto, a ONU publicou um comunicado informando sobre a possibilidade de prorrogação para a divulgação do texto. O acordo final foi publicado apenas no dia 13.
Pela primeira vez na história de uma COP, o documento que encerra a cúpula traz como objetivo promover que as nações façam a transição energética dos combustíveis fósseis para fontes de energia alternativas, que não prejudiquem o meio ambiente. Ativistas criticaram o acordo por não prever o fim do uso dos combustíveis fósseis — o termo “transição” deixa espaço para que a utilização continue. Clique aqui para ler o documento final completo, em inglês.
O texto pede a “transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos de forma justa, ordenada e equitativa, acelerando a ação nesta década crítica, com o objetivo de alcançar a neutralidade carbônica em 2050, de acordo com recomendações científicas”.
“Embora não tenhamos virado a página da era dos combustíveis fósseis em Dubai, este resultado é o início do fim”,
disse o secretário executivo da ONU para as Alterações Climáticas, Simon Stiell, em seu discurso de encerramento.
“Agora, todos os governos e empresas precisam transformar esses compromissos em resultados para a economia real, sem demora”, completou Stiell.
A proposta do acordo é de que a capacidade de energia renovável seja triplicada no mundo até 2030. O texto ainda prevê um fundo de 420 milhões de dólares (cerca de 2 bilhões de reais) para apoiar as nações que são mais afetadas pelas consequências das mudanças climáticas.
Em uma das sessões da COP28, também no dia 11, o Brasil foi aprovado oficialmente como sede da trigésima cúpula do clima (COP30), que será realizada em 2025, na cidade de Belém, no Pará. O país já havia recebido apoio de praticamente todas as nações da América do Sul e Caribe em maio deste ano e aguardava apenas a confirmação oficial. A próxima COP, em 2024, será realizada em Baku, capital do Azerbaijão.
“É com grande satisfação que informo nossa decisão de realizar a COP de 2025 na Amazônia brasileira, um bioma essencial para conter o aquecimento global”, disse Marina Silva, ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudança do Clima, após a sessão.
Durante a COP28, uma sequência de vídeos produzidos pelo Instituto Alana, em parceria com o Fundo das Nações Unidas Para a Infância (Unicef), levou a voz de 25 crianças, de 12 países diferentes, com suas preocupações, ideias e soluções para as mudanças climáticas. A série O Que Importa (em inglês, The Important Stuff) foi exibida em encontros da ONU e reivindica a necessidade de incluir as crianças na conversa sobre o clima na COP30, que será feita no Brasil, considerando suas dores e protagonismo (assista ao trailer abaixo).
“Ainda não houve uma decisão robusta focada na proteção dos direitos e do melhor interesse das crianças e adolescentes. O Brasil pode mudar essa história, dando um exemplo ao mundo e efetivando o próprio artigo 227 da Constituição Federal, que determina que os direitos das crianças sejam garantidos com prioridade absoluta, inclusive o direito à natureza e ao meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado,” explica o manifesto publicado pelo Alana — leia a versão completa do documento clicando na imagem abaixo.
Este texto foi atualizado às 11h de 13 de dezembro de 2023 com as informações sobre o acordo final da COP28.
Fontes: Agência Brasil, ONU, COP28 (X), UNFCCC, Agência Brasil, Reuters, Terra, G1, Folha de S.Paulo, Um Só Planeta, Alana e Lunetas.
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