Retrato de vítimas do Holocausto em memorial de Auschwitz, na Polônia. Foto: Getty Images/Omar Marques

Em 27 de janeiro, é celebrado o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, ou Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto (saiba mais abaixo). A data internacional foi criada, em novembro de 2005, durante a 42ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, um dos principais órgãos da ONU, em que os países e Estados se reúnem anualmente para discutir assuntos importantes.

A data foi criada em homenagem às vítimas dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. A escolha do dia também tem um fator histórico: em 27 de janeiro de 1945, aconteceu a liberação do maior campo de concentração nazista, Auschwitz-Birkenau, que ficava na Polônia, marcando o fim do Holocausto. O campo foi finalmente liberto após a invasão do exército soviético (exército da União das Repúblicas Socialistas Sov­­­­­­­­­­­­­­­iéticas). 

O que foi o Holocausto?  

A Segunda Guerra Mundial começou quando a Alemanha invadiu a Polônia, em 1939. O governante alemão, Adolf Hitler, defendia que seu povo, espalhado pelo continente europeu, ficasse unido em um só território. Por isso, outros povos que não eram alemães começaram a ser perseguidos no país e nos locais que estavam sob domínio alemão, como a Polônia. 

Isso aconteceu principalmente com os judeus (pessoas que praticam o judaísmo, religião que segue os ensinamentos de um livro chamado Antigo Testamento ou Torá), ciganos (um povo que normalmente não possui habitação fixa), pessoas negras e indivíduos com deficiência. A morte de milhares desses indivíduos ficou conhecida na história como Holocausto. 

Confira aqui a entrevista com uma sobrevivente do Holocausto.

Dia Internacional da Lembrança do Holocausto 

Antes da criação oficial do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, pela ONU, existiam outras datas comemorativas em memória das vítimas, como o Dia da Lembrança das Vítimas do Nacional-Socialismo, criado na Alemanha, e o Dia do Holocausto, no Reino Unido.

No entanto, o dia 27 de janeiro unificou oficialmente as homenagens em uma comemoração internacional e celebrada em diversas nações. Na Itália, por exemplo, a data é comemorada em todo o país.  

Em Auschwitz, local do antigo maior campo de concentração nazista, hoje está sediado o Memorial e Museu Auschwitz-Birkenau. No dia 27 de janeiro, em que é comemorado o aniversário de libertação do campo de Auschwitz, a entidade realiza uma cerimônia com diferentes tipos de homenagem às vítimas do Holocausto. 

Velas e cartas em monumento em homenagem as vítimas do Holocausto no campo de Auschwitz-Birkenau, na Polônia. Foto: Getty Images/Omar Marques

São colocadas coroas de flores, mensagens e outros objetos ao redor de Auschwitz. Em Varsóvia, capital da Polônia, também ocorrem ações em comemoração ao dia, como bandeiras com a Estrela de Davi, símbolo religioso do judaísmo, dispostas pela cidade.

Em 2023, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, também estará presente na cerimônia do dia 27, que será transmitida em uma live pelo museu, com o tema de discussão “​​​​​​Planejamento, criação e expansão do sistema de desumanização e genocídio em Auschwitz”. O tópico busca explorar como ideologias são capazes de construir e criar, com enorme planejamento, edificações e projetos que sobrevivem com o passar dos anos, tornando-se uma memória viva e lembrete histórico do passado.

Visitantes caminham no portão principal do campo de Auschwitz, hoje Memorial e Museu Auschwitz-Birkenau, em 26 de janeiro de 2023, um dia antes do 78º aniversário de libertação do campo. Foto: Getty Images/Omar Marques.

Rússia de fora da celebração em 2023

Neste ano, em consequência dos acontecimentos da guerra na Ucrânia, representantes da Rússia não foram convidados para a celebração do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto e do 78º aniversário da libertação do campo nazista de Auschwitz.

Segundo o site oficial do Memorial e Museu Auschwitz-Birkenau, não era possível convidar representantes russos, considerando os recentes atos de ataque e invasão do país contra a Ucrânia, o que é completamente contrário à ideia que a celebração busca transmitir, revisitando os horrores e as consequências da guerra.

“Considerando a agressão contra uma Ucrânia livre e independente, os representantes da Federação da Rússia não foram convidados a participar das comemorações deste ano”, disse Piotr Sawicki, porta-voz do museu, em entrevista à agência France-Presse. 

“Espero que isso mude no futuro, mas temos um longo caminho a percorrer. A Rússia vai precisar de um tempo extremamente longo e de uma introspecção profunda após o conflito para voltar aos espaços do mundo civilizado”, declarou também Piotr Cywiński, historiador e diretor do museu de Auschwitz, à PAP, Agência de Imprensa Polaca. 

Nos anos anteriores, a Rússia sempre participou das celebrações do dia 27 de janeiro no museu de Auschwitz, uma vez que o país tem ligações diretas com os acontecimentos do Holocausto, sendo o exército soviético o responsável pela libertação do campo de Auschwitz, em 1945. 

O memorial de Auschwitz já havia se manifestado sobre a guerra na Ucrânia, chamando a invasão da Rússia ao país de “ato de barbárie”.

Saiba mais também sobre a história de dois refugiados da Segunda Guerra Mundial.

Fontes: Wikipédia, Auschwitz ORG, Auschwitz Tour, Exame  e Estadão.

Glossário: 

Judaísmo: religião que segue os ensinamentos de um livro chamado Antigo Testamento ou Tora

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