O Centro de Sismologia* da Universidade de São Paulo (USP) publicou um alerta, em 16 de junho, informando sobre um tremor que foi sentido no sul do estado de São Paulo, em uma região conhecida como Vale do Ribeira. A magnitude do fenômeno, segundo o observatório, foi de 4.0 na escala Richter, grau considerado pouco grave no território brasileiro — segundo a entidade, tremores com essa força acontecem ao menos duas vezes por ano no país.

*Ver glossário no fim da página.

O epicentro do tremor, de acordo com o Centro de Sismologia, está localizado entre as cidades de Miracatu, Iguape e Itariri, locais pouco habitados. “Efeitos na região epicentral podem incluir pequenas trincas em reboco, queda de telha e outros objetos instáveis e pequenos danos em casas de baixa qualidade. Os relatos recebidos pela USP não indicam nenhum efeito mais grave”, aponta relatório publicado pelo centro de pesquisa. A instituição destacou que o evento não pode ser classificado como um terremoto por não ser tão catastrófico.

“Não se sabe ainda por que essa região do estado de São Paulo tem relativamente mais atividade sísmica do que outras. Mas uma hipótese possível é de que nessa região a placa da América do Sul seja mais fina, resultando em maior concentração de pressões geológicas na crosta superior”,

diz o relatório.

Ciclone passa por Região Sul do país

A passagem de um ciclone extratropical nos dias 15 e 16 de junho alertou moradores da Região Sul do Brasil. O evento ocasionou inundações, desmoronamentos, deslizamentos e levou uma pessoa a óbito no Rio Grande do Sul. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as rajadas de vento devem enfraquecer a partir do dia 17.

Em 14 de junho, o Inmet informou que um ciclone estava se formando no Oceano Atlântico, próximo aos estados do Sul brasileiro e da faixa sul do estado de São Paulo. Segundo o órgão, o fenômeno contribuiria para a precipitação de fortes chuvas nesses estados.

🚒 Vidas salvas pelos bombeiros!
O @cbmrsoficial segue atuando no auxílio e resgate às vítimas do ciclone extratropical que atinge diferentes regiões do Estado. Até o momento, quase 900 pessoas foram atendidas. pic.twitter.com/0BeT4wDULV

— Governo do Rio Grande do Sul (@governo_rs) June 16, 2023

“A previsão para o Sul do país indica grandes volumes de chuva no Paraná e em Santa Catarina, especialmente na faixa leste destes estados, e na faixa norte e nordeste do Rio Grande do Sul. Os volumes podem ser superiores a 100 milímetros (mm) em 24h, especialmente em localidades da faixa litorânea da região (área com topografia bastante irregular e densamente povoada), o que pode provocar muitos impactos, como alagamentos e deslizamentos. Em São Paulo, as chuvas intensas devem atingir o litoral sul do estado, principalmente, no Vale do Ribeira”,

alertou o instituto.

Glossário

Ciclone extratropical: é formado fora dos trópicos — e não entre eles, entenda na imagem abaixo — pelo encontro de massas de ar fria e quente. Ele causa fortes chuvas e ventos e é preocupante quando se forma próximo à região costeira de um país.

Epicentro: ponto na superfície da Terra localizado exatamente acima de onde o tremor subterrâneo foi mais intenso. É também o primeiro local da superfície a sentir o abalo.

Escala Richter: é a principal referência para saber a intensidade dos tremores. Quanto mais forte, maior é seu grau na escala. Veja algumas dessas medidas:

• Tremores com menos de 3,5 graus: normalmente, são imperceptíveis; 

• Entre 3,5 e 5,4: são sentidos, mas não causam tantos danos;

• Entre 5,5 a 6 graus: podem comprometer a estrutura de casas e prédios; 

• De 7 a 7,9 graus: podem ser devastadores em mil quilômetros; 

• Acima de 8 graus: destroem tudo o que está perto do epicentro.

Sismologia: ciência que estuda os abalos sísmicos (tremores de terra).

Fontes: Observatório Sismológico, Centro de Sismologia da USP, G1, Inmet, Agência Brasil, Defesa Civil RS e Defesa Civil SC.

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