Em cerca de 50 anos, os animais vertebrados (mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios) da Terra sofreram queda de, em média, 69% na população. O dado é do relatório Planeta Vivo 2022, divulgado pelo World Wildlife Fund (Fundo Mundial Para a Vida Selvagem, em tradução livre do inglês) em 13 de outubro.

O estudo tem como base 32 mil populações, de 5.230 espécies monitoradas, e reuniu dados de 1970 a 2018. As espécies que registraram maior redução foram as de água doce, com declínio de 83%. No Brasil, um desses casos é o do boto-cor-de-rosa, da Amazônia, com população reduzida em 65% entre 1994 e 2016. As principais causas são a poluição de rios e capturas em pescas.

#pracegover: boto-cor-de-rosa no rio Negro, em Manaus, no Amazonas. Ele está com metade do corpo para fora da superfície da água. Crédito de imagem: Getty Images

O relatório aponta também que América Latina e Caribe foram as áreas que mais perderam biodiversidade (diversidade de seres vivos), com redução de 94%. Em seguida vêm: África (66%); Ásia e Pacífico (55%); América do Norte (20%); e Europa e Ásia Central (18%).

Causas e soluções
Segundo Rodrigo Jorge, coordenador do Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), dois fatores podem explicar a alta taxa da América Latina em relação a outros locais. O primeiro é que na América do Sul a enorme biodiversidade se traduz em mais animais para monitorar. Já o segundo está relacionado ao fato de que no hemisfério norte está a maior parte dos países desenvolvidos, que enfrentam menos dificuldades ambientais.

As soluções passam por iniciativas de médio e longo prazo, de acordo com Rodrigo. Há no Brasil, por exemplo, planos de ações para preservação que unem conhecimentos de pesquisadores e agentes envolvidos com o animal (como, no caso do boto, pescadores e comunidades à beira do rio).

“Outra ferramenta que tem sido bastante usada, criada no ICMBio, é o Plano de Redução de Impactos à Biodiversidade (Prim), que foca no fator de ameaça”, diz o especialista. Um exemplo é o Prim que analisa quais espécies em perigo são impactadas na construção de rodovias e ferrovias.

Fontes: G1 e WWF.


Esta matéria foi originalmente publicada na edição 196 do jornal Joca.

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