O museu Mauritshuis, nos Países Baixos (antes chamados de Holanda), foi criticado após trocar um dos quadros mais conhecidos do acervo por uma imagem produzida usando inteligência artificial (IA).

Em janeiro, o Mauritshuis emprestou a pintura Girl with a Pearl Earring (Moça com Brinco de Pérola, em tradução livre) para outro museu, o Rijksmuseum, na cidade holandesa de Amsterdã. A peça deve retornar em 4 de junho. Com o espaço vago, um concurso chamou outros artistas para enviar obras inspiradas no quadro.

Chegaram 3.500 artes, e 170 artistas foram escolhidos para expor seus trabalhos. Entre os vencedores está uma imagem feita por Julian van Dieken, conhecido por produzir obras usando IA. Esta é uma tecnologia que consegue realizar tarefas específicas automaticamente a partir de orientações dadas por seres humanos. Ela permite, por exemplo, a produção de textos longos e imagens parecidas com pinturas e desenhos feitos à mão. Alguns sistemas conseguem até imitar artistas do passado, como o italiano Leonardo da Vinci e o espanhol Pablo Picasso.

Depois do ocorrido no museu, as redes sociais foram tomadas por pessoas criticando a decisão de expor a obra feita usando IA. “Isso não pode ser considerado uma arte”, afirmou um dos críticos.  Em resposta, a equipe do Mauritshuis publicou uma nota dizendo que as obras não foram escolhidas por serem as mais bonitas. A instituição declarou acreditar que a arte pode ser feita de diversas maneiras ou técnicas. Já Julian van Dieken publicou um texto em uma rede social dizendo que, ao submeter o trabalho ao concurso, enviou também uma reflexão sobre como essas novas ferramentas podem mudar os processos criativos.

GAROTA COM BRINCO DE PÉROLA
O quadro do pintor holandês Johannes Vermeer foi pintado por volta de 1665 e é considerado um dos mais importantes da história, sendo conhecido como a “Mona Lisa holandesa” — Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é uma das obras de arte mais célebres do mundo. A pintura de Vermeer é referência no universo artístico pelo jogo de luzes.

Fontes: CNN Brasil, IstoÉ e Vogue.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 202 do jornal Joca.

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