Em novembro de 2011, Stéphanie Habrich lançou a primeira edição do Joca. Mais do que criar um jornal, ela estava realizando um grande sonho: levar notícias sobre os mais diversos assuntos para crianças e adolescentes do Brasil.

Para saber mais a respeito dessa história e comemorar o marco de 200 edições, Clara M., 10 anos, e Daniel S., 11 anos, membros do Clube do Joca, fizeram uma entrevista com a Stéphanie. Confira.

#pracegover: Stéphanie Habrich veste uma blusa branca com desenhos em vermelho e uma calça preta. No pescoço um colar dourado e no pulso uma pulseira dourada. Stéphanie tem cabelos loiros curtos, olhos azuis e está sorrindo na foto. Ela está sentada em uma mesa na redação do Joca, Nas costas dela está uma pelúcia da mascote do jornal, um mico-leão-dourado. Crédito de imagem: jornal Joca

Clara: No começo você pensou em tudo sozinha?
No começo foi sozinha, eu tinha que fazer tudo. Mesmo sem ser jornalista, eu escrevia os textos e pensava no visual que o jornal teria. Tinha a ajuda de uma jornalista profissional para reler as matérias, pois todo jornal precisa ter um jornalista responsável pelo conteúdo, uma pessoa que tenha um número de registro da profissão. Depois de um tempo, fui procurar alguém que colaborasse com a diagramação.

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#pracegover: Clara usa camiseta branco com detalhes em amarelo e vermelho, além de casaco azul-marinho. Crédito de imagem: arquivo pessoal

Daniel: Que você criou o Joca todo mundo já sabe. O que você faz hoje no jornal?
Hoje é bem diferente de antigamente, a equipe da Magia de Ler, editora que publica o Joca, tem 33 pessoas. Existem profissionais para cuidar de cada área, como jornalismo, arte, marketing, vendas, educacional, atendimento ao assinante e logística (impressão e entrega dos jornais). Como diretora executiva, estou sempre me reunindo com os líderes dessas equipes para saber tudo o que está acontecendo. Também penso em novos produtos e novas parcerias para a editora — além de trazer bolos, doces e outras coisas gostosas para todos [risos].

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#pracegover: Daniel usa camiseta azul com detalhes em prata. Ele sorri. Crédito de imagem: arquivo pessoal

Clara: Como você começou a formar essa equipe?
No início é difícil alguém acreditar em você, e eu não tinha dinheiro, por exemplo, para pagar um jornalista ou uma pessoa para fazer o marketing. Aí, eu chamava amigos para me ajudar, pagando menos. Eu me lembro até hoje do dia em que consegui pagar uma jornalista! Então, foi aos poucos que eu consegui ter dinheiro para contratar os profissionais e chegar à equipe de agora.

Daniel: Que notícia você leu quando era criança e de que nunca vai esquecer?
Quando eu tinha uns 12 anos, li sobre um povo na África chamado tuaregue. Eles moram no Deserto do Saara, vestem-se de azul e tomam um chá superquente. Isso me impressionou muito na época, e pensei: “Quero ir para o deserto conhecer os tuaregues”. Isso me fez começar a perceber quantas culturas diferentes existem no mundo e me ajudou a ver que não existia só o que eu estava vivendo no Brasil. Fui gostando cada vez mais de ler notícias, para saber mais sobre o que as pessoas estão fazendo. Abriu o mundo para mim.

Clara: Qual foi a coisa mais diferente que um leitor do Joca já disse para você?
Sempre acho estranho quando eles perguntam se eu ainda estou viva [risos]. Acho que quando eles ouvem que eu fundei o Joca, parece algo de séculos atrás. Os leitores me perguntam de tudo, a minha idade, se eu tenho netos… Mas essa questão é sempre engraçada.

Daniel: O que era mais difícil no começo no jornal?
Existiam todas as dificuldades que você pode imaginar, como o momento de apresentar o jornal para as escolas, oferecendo a assinatura. Muitas pessoas não sabiam o que era, achavam que não era necessário. Havia os pais que não queriam que os filhos soubessem o que estava acontecendo no mundo. E tinha a questão do dinheiro. Na época, por exemplo, eu não podia pagar uma empresa que colocasse cada jornal dentro de um pacotinho. Fazia isso em casa, com o apoio até dos meus pais, e ainda carregava sacolas com o jornal até os Correios para enviar aos assinantes. Mas eu persisti. Acho que o grande segredo na vida é persistir, eu tinha certeza de que o Joca era algo necessário. Hoje, as dificuldades são diferentes e maiores, pois a empresa cresceu.

Clara: Qual é a sensação de ver cada vez mais crianças usando o Joca?
Não tem sonho maior! Outro dia, vieram na redação algumas jovens que já estão na faculdade. Elas falaram que liam o Joca, que lembravam da mascote (o mico-leão-dourado). É como o que aconteceu comigo, com as revistas e jornais que eu lia quando era criança, que me inspiraram a criar o Joca e dos quais eu amo lembrar até hoje. Espero que logo os leitores se tornem adultos que trabalham com a gente.

Daniel: Quando eu era pequeno, eu lia a revista Toca, para crianças menores, que também era feita pela editora Magia de Ler.
Que demais! É isso o que me deixa mais feliz, conhecer leitores como vocês, que estão se informando desde pequenos e jamais vão se esquecer dessa experiência.

Daniel: Como você acha que o Joca vai estar daqui a 100 edições?
Espero que na edição 300 a gente tenha uma área na redação para ter leitores todos os dias ao nosso lado.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 200 do jornal Joca.

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