País sofre com altos índices de bullying nas escolas. Créditos de imagem: Getty Images

A seguradora Tokio Marine & Nichido Fire Insurance, do Japão, passará a oferecer uma espécie de seguro contra bullying. O produto, ao ser comprado, garante uma indenização de 1.500 dólares (aproximadamente 7.500 reais) para as crianças que forem vítimas da prática. 

É chamada de bullying a situação em que um colega é maldoso com o outro, coloca apelidos pejorativos, exclui e não o trata com respeito. A ideia do projeto japonês é de que o valor da indenização seja utilizado para arcar com as consequências que o bullying causa, principalmente em crianças. Ou seja, a quantia oferecida poderá pagar atendimento psicológico, além de também cobrir a necessidade de mudança de escola e compra de novo material didático, caso seja necessário. 

A apólice está prevista para começar a ser vendida ainda em outubro de 2023, focando em colégios e instituições que já são clientes de outros serviços de educação da Tokio Marine. O valor do produto é 120 ienes por mês (cerca de 4,30 reais), além de um custo adicional para atendimentos de advocacia.

Como funcionam os seguros?

Uma apólice de seguro opera da seguinte maneira:

  • Ao ser assinado, o contrato garante um serviço a ser prestado diante da possibilidade de algumas fatalidades e acontecimentos predeterminados no documento.
  • Para ter essa garantia, é preciso pagar um valor por mês pelo produto. Por exemplo: o seguro de um carro, ao ser pago, garante que, caso esse automóvel seja roubado ou sofra algum tipo de dano que esteja especificado no contrato, o proprietário receberá um valor estipulado pelo seguro para suprir a perda. Por isso, são serviços importantes para bens de grande valor.
  • Assim, um produto de seguro é uma garantia de auxílio em casos de perdas e danos.

No caso do seguro para vítimas de bullying, o produto não oferece uma garantia de bens, e sim de indenização e reparo de consequências. Para receber a indenização, será preciso provar que a criança foi vítima de bullying com relatórios de inquérito policial e da escola em que a agressão ocorreu.

Bullying no Japão

A iniciativa surge a partir de um contexto social em que o bullying é um grave problema no Japão. De acordo com dados do Ministério de Educação do país, o Mext, apenas em 2020, foram 612 mil casos reportados, em 30 mil escolas. 

Por lá, a prática é conhecida como ijime. O problema afeta não só crianças japonesas, como também estrangeiros que vivem no país e sofrem, inclusive, ofensas xenofóbicas, (quando alguém é excluído ou ofendido em razão de seu local de origem e cultura).

“Nas escolas do Japão, é muito comum que as crianças que são diferentes do grupo se tornem vítimas. O fato de ter um rosto, cor de pele, nome diferentes dos japoneses ou simplesmente ter pais estrangeiros é suficiente para que a criança seja excluída do grupo e ridicularizada”, declara Iki Tanaka, que dirige um colégio da Organização Não Governamental (ONG) NPO Youth Support Center, em entrevista para a BBC News Brasil.

O problema é reconhecido pelo governo japonês desde a década de 1980. Com alto índice de casos e até mesmo abandono de escolas por alunos que sofreram algum tipo de bullying, o governo passou a desenvolver campanhas contra a prática e estimular programas dentro das instituições de ensino. No entanto, décadas depois, dados mostram que a questão persiste no país.


Fontes: Superinteressante, BBC, Mundo Nipo, Tokio Marine & Nichido Fire Insurance, Mext e UOL.

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Comentários (2)

  • Ana Luísa Negrão Lucke

    10 meses atrás

    Achei interessante essa iniciativa, pois tem muitos alunos que, infelizmente, sofrem bullying e tem traumas bem fortes...

  • Giovanna Lopes Manara aluno.giovannamanara@colegiomagister.com.br

    11 meses atrás

    Achei muito legal que estão preocupados com os alunos que sofrem bullying, pois isso é muito constante eu muitas escolas.

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