O Silicon Valley Bank era conhecido por emprestar dinheiro a empresas de tecnologia
No dia 10 de março, o Silicon Valley Bank (SVB), dos Estados Unidos, fechou oficialmente. O banco era considerado o 16º maior do país, onde há cerca de 4 mil instituições desse gênero. Essa é a segunda maior falência bancária da história norte-americana, atrás apenas do fim do Washington Mutual, em 2008.
O SVB era um banco conhecido por emprestar dinheiro a empresas de tecnologia, mercado que está passando por crises financeiras e demissões em massa (leia mais na edição 199). Esse momento de crise levou as companhias a precisar tirar o dinheiro que tinham no SVB.
Acontece que o dinheiro não estava lá. É comum que bancos invistam os depósitos dos clientes naquilo que acreditam que trará retorno no futuro. O SVB investia em títulos do Tesouro dos EUA. Assim, quando os clientes pediram o dinheiro de volta em decorrência da crise, o SVB precisou vender seus títulos para que o valor ficasse disponível. No entanto, não era um bom momento para fazer isso, pois a taxa de juros (valor pago para pegar dinheiro emprestado ou que se recebe ao emprestar dinheiro) nos EUA tinha aumentado. “Quando a taxa [de juros] sobe, o preço dos títulos cai em relação ao que tinha sido negociado”, explica o professor de economia Alexandre Pires. Ou seja, o SVB teve duas perdas: com os clientes retirando o dinheiro e com o investimento nos títulos. A instituição acabou sendo fechada.
Nos EUA, as taxas de juros são definidas pelo Federal Reserve System (FED), que faz parte do governo do país, assim como o Banco Central do Brasil. Dessa vez, o FED aumentou a taxa por acreditar que isso pode controlar o avanço da inflação (aumento generalizado dos preços) nos EUA.
Outro banco, outro país
Na Suíça, o banco Credit Suisse já passava por anos difíceis e esteve perto de fechar as portas no começo de março. Mas o governo suíço resolveu intervir e está tentando impedir que isso aconteça.
Existem consequências para o Brasil?
Em 2008, quando houve outra quebra de bancos nos EUA, a economia brasileira foi bastante afetada. Porém, desta vez, é pouco provável que isso ocorra, uma vez que o Brasil não abriga grandes empresas de tecnologia que eram clientes do banco que faliu e poderiam ser prejudicadas, interferindo na economia do país.
Fontes: Exame, Extra, G1, Poder360, O Globo e The New York Times.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 202 do jornal Joca.
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