Imagem criada com o auxílio de inteligência artificial. Crédito de imagem: A Lasca Arqueologia/divulgação

Recentemente, um grupo de pesquisadores encontrou cerca de 2 mil itens do Período Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada), primeiro período da Pré-história, de 4 mil a 8 mil anos atrás, em Ipeúna, município no estado de São Paulo. O conjunto de materiais líticos foi resgatado em escavações de até 1,2 metro de profundidade, no sítio arqueológico Passa Cinco III, às margens de um rio. Os cientistas analisaram cada item ao longo de dezembro e usaram recursos de inteligência artificial e edição de imagens para gerar possíveis cenários de pessoas da época utilizando os instrumentos e detalhes de como eles eram.

Pedra lascada: técnica que os seres humanos de milênios atrás adotavam para produzir ferramentas como lanças e facas.

Material lítico: artefatos feitos de pedra encontrados em sítios arqueológicos.

Imagem criada com auxílio de inteligência artificial. Crédito de imagem: A Lasca Arqueologia/divulgação

“O que chama a atenção na coleção, além de seu ótimo estado de conservação, é a quantidade de peças (superior a 2 mil artefatos), o que pode indicar que o local foi utilizado como acampamento e oficina de lascamento por centenas de gerações dos primeiros humanos a povoar o que hoje é o estado de São Paulo”,

disse Lúcia Oliveira Juliani, diretora d’A Lasca Arqueologia, em entrevista ao Amazonas Notícias.
Imagem criada com auxílio de inteligência artificial. Crédito de imagem: A Lasca Arqueologia/divulgação

Segundo os pesquisadores d’A Lasca Arqueologia, grupo à frente da escavação, as peças encontradas poderiam servir para trabalhar com fibras vegetais, madeira, pigmentos, carnes, ossos, couro, conchas etc. Em laboratório, todos os itens passaram por processos de higienização, quantificação, medição, pesagem, fotografia e análise.

“O principal desafio da análise lítica é resgatar uma memória que a maior parte da humanidade já perdeu. As pessoas comuns, ao ver esse tipo de artefato, raramente o identificam como uma ferramenta para cortar, furar, serrar, e assim por diante. Com exceção das pontas de flecha e dos machados, que possuem um formato reconhecível até hoje, os instrumentos líticos se assemelham ao cascalho comum aos olhos destreinados”,

afirmou Caroline Rutz, coordenadora dos trabalhos de laboratório d’A Lasca Arqueologia.
Imagem criada com auxílio de inteligência Artificial. Crédito de imagem: A Lasca Arqueologia/divulgação

O objetivo das escavações é detalhar como as comunidades de seres humanos da Pré-história local fabricavam as ferramentas. Participaram da pesquisa os especialistas Andrezza Bicudo da Silva, Beatriz Gasques Favilla, Camila Campos Olandim, Cleide Trindade, Hyrma Ioris, Journey Tiago Lopes Ferreira, Marcia Regiane Sodré dos Santos, Pedro Müller Jr. e Yan Santos Trovato. Assim que a análise do material for concluída, os itens serão transferidos para o Museu Municipal Elisabeth Aytai, em Monte Mor (SP).

Lascas e instrumentos laminares foram encontrados em diversas partes do sítio, sempre lascados com silexito, uma rocha local. Crédito de imagem: Pedro Müller Jr./A Lasca Arqueologia/divulgação

Fontes: A Lasca Arqueologia (Instagram), Segs, G1, Amazonas Notícias, De Olho na Mídia e Revista Galileu.

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