Chineses comemoram a chegada do novo ano em Xangai, 2013. Crédito de imagem: Getty Images/Kiszon Pascal

O Ano-Novo chinês é comemorado de forma bastante diferente das famosas celebrações que acontecem no mundo inteiro em 31 de dezembro e que marcam a passagem de um ano para o outro de acordo com o calendário gregoriano (saiba mais abaixo). A cultura chinesa celebra o que é chamado de “Ano-Novo lunar”, sempre no dia em que se inicia a segunda lua nova após o solstício de inverno

Como a festa se baseia no calendário lunar e nas diferentes fases da Lua, não existe uma data anual fixa para a comemoração: ela muda a cada ano, entre o fim do mês de janeiro e início de fevereiro. Em 2023, a celebração começa em 22 de janeiro. Este será é o “ano do coelho”, segundo as tradições do país e o horóscopo chinês. As comemorações duram oficialmente três dias, mas podem se estender a até sete.

Origem

De acordo com a cultura chinesa, em um dia de festa, Buda (famoso príncipe hindu e líder religioso do Budismo), convidou 12 animais especiais para a celebração. Então, os homenageou de acordo com a ordem de chegada. Assim, foi definida a sequência dos animais que representam os anos chineses, respectivamente: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e, por último, o javali.  Em um ciclo de 12 anos, os animais voltam a simbolizar diferentes períodos, trazendo também características pessoais para aqueles que nascem em seus ciclos, conforme o zodíaco chinês. 

A chegada do Ano-Novo chinês é um dia de grande festa e sentimento de união entre as famílias. Com muitas tradições, a festividade é repleta de fogos de artifício, luzes coloridas, lanternas lançadas ao céu e pratos típicos. Milhares de habitantes viajam pelo país para encontrar seus parentes e celebrar a chegada do novo ano e toda sua simbologia, manifestando bons desejos para o período que se inicia. 

A lanterna de dragão colorida é uma tradição na festa. Crédito de imagem: Getty Images/Kiszon Pascal

Comemorações de 2023

Desde 2020, com as duras restrições impostas pela pandemia de covid-19, que teve enorme impacto na China, as comemorações do Ano-Novo não aconteciam mais de sua forma tradicional. Com o distanciamento social, ficou impossível reunir milhares de pessoas para a celebração.

Agora, em 2023, a festa volta a ser comemorada em maior escala, o que também traz preocupações para o governo chinês sobre uma possível piora no aumento no número de casos de covid-19.

O Ministério de Transporte da China informou que espera cerca de 2 bilhões de deslocamentos de pessoas durante o Chun Yun, como é chamada a migração da primavera, período de 40 dias em que a população chinesa viaja para as festividades do Ano-Novo.

Na última quinta-feira, 19 de janeiro, as autoridades chinesas alegaram que o número de pacientes com covid-19 que precisam de cuidados mais sérios atingiu um novo pico no país. Com isso, o grande movimento de cidadãos de zonas rurais para grandes metrópoles durante o Ano-Novo tem se tornado uma preocupação ainda maior.

O ano do coelho

O coelho, no zodíaco chinês, representa principalmente sentimentos de paz, prosperidade e esperança. Segundo a tradição, os nascidos no ano do coelho geralmente são pessoas amorosas e acolhedoras, gentis e espirituosas.

Para 2023, as previsões esperam um ano do coelho renovador e com mudanças significativas, principalmente para aqueles que nasceram nos anos regidos pelo animal, de acordo com os ciclos de 12 anos (2011, 1999, 1987, 1975, 1963, 1951, 1939, 1927 e assim por diante). Este seria um ótimo momento para tomar decisões e resolver antigos problemas pessoais com muita sensibilidade e clareza.

Diferenças do calendário chinês

O calendário mais utilizado no mundo, atualmente, é o chamado gregoriano. Criado na Europa em 1582, foi uma iniciativa do Papa Gregório VIII, e contabiliza os meses começando o ano em janeiro e terminando em dezembro. Já o calendário chinês, o mais antigo de que se tem registro, pode ser considerado um calendário “lunissolar”, uma vez que se baseia nos movimentos do Sol e da Lua.

O ano chinês conta com 12 lunações (período entre duas luas novas), totalizando 354 dias. Para acompanhar o ciclo solar (365 dias), a cada três anos é adicionado um novo mês ao ano chinês. A partir do dia 22, os chineses começam o ano 4720 deste calendário.

Ano-Novo chinês pelo mundo

Embora seja uma comemoração chinesa, há celebrações no mundo todo, com festas que envolvem boa parte da Ásia Oriental – região que engloba países como Coreia do Sul, Japão e entre outros. Além disso, comunidades chinesas espalhadas em outros continentes muitas vezes mantém suas tradições com festas. No Brasil, um dos principais locais é o bairro da Liberdade, na cidade de São Paulo.

Glossário

Solstício de inverno: fenômeno astronômico que marca o início do inverno. Ocorre por volta do dia 21 de junho no Hemisfério Sul da Terra e em 21 de dezembro no Hemisfério Norte.

Budismo: religião e doutrina filosófica construída a partir dos ensinamentos do líder religioso Buda. Tem aproximadamente 2.500 anos de história e valoriza, principalmente, a evolução espiritual humana através do amor.

Horóscopo: estudo e crença que analisa as posições de astros e planetas no momento de nascimento de uma pessoa. Os signos do zodíaco atribuem características pessoais para os nascidos em sua regência, que são determinadas em ciclos, como meses ou até anos, como no caso do horóscopo chinês. 

Fontes: National Geographic, UOL, O Povo, Wikipedia, G1, Extra, Mundo Educação, G1 , UOL.

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