A Nasa (agência espacial dos Estados Unidos) divulgou, em 31 de janeiro, que está financiando estudos sobre a hibernação de esquilos para descobrir como adaptar esse mecanismo, a fim de permitir que astronautas façam o mesmo em missões espaciais, que podem durar vários anos.

No entanto, antes de a Nasa trazer o assunto a público, o bioquímico (quem estuda os processos químicos que ocorrem dentro de seres vivos) brasileiro Rafael Dai Pra, que faz doutorado na Universidade Yale, nos EUA, já investigava a habilidade dos esquilos listrados de se manter hibernando por até sete meses.

Hibernar é um processo que alguns animais ativam para economizar energia. Nesse estado, os batimentos cardíacos e o ritmo de respiração ficam mais vagarosos. Bichos entram na hibernação para garantir a sobrevivência em baixas temperaturas, mantendo-se com pouco ou nenhum alimento e utilizando basicamente sua reserva de gordura para permanecer vivos, o que gera grande perda de peso. Isso é útil para atravessar períodos como invernos rigorosos.

Rafael reproduziu em laboratório as condições de hibernação enfrentadas pelos esquilos listrados durante mais de seis meses. Ele constatou que os esquilos machos entram nesse processo como animais juvenis e saem dele como adultos. 

A pesquisa foi uma das vencedoras de um evento realizado pela Associação de Estudantes Brasileiros no Exterior, a Brasa, em 2021. Em entrevista ao Joca, Rafael comentou sobre as novidades que ainda vão surgir do estudo: “Nossos próximos passos são entender os mecanismos que levam esses animais a iniciar a puberdade sem comida, sem água e no frio, quando já perderam quase 50% do peso corporal. Acredito que esses resultados podem nos levar a compreender mais detalhes sobre a hibernação”, explicou.

JÚPITER SE TORNA O PLANETA COM MAIS LUAS
Enquanto pesquisas sobre hibernação podem, um dia, colaborar com viagens para o espaço, cientistas seguem encontrando novidades pelo universo. Uma delas foi divulgada no início de fevereiro: a descoberta de 12 novas luas ao redor de Júpiter, o que fez dele o planeta com o maior número de satélites naturais no Sistema Solar — 92 no total.

Saturno, que liderava a classificação, com 83 luas, agora ocupa o segundo lugar. O achado se deu após observações realizadas por cientistas com telescópios no Havaí e Chile, entre 2021 e 2022. Ainda em 2023, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) enviará uma sonda espacial para estudar as maiores luas de Júpiter.

Glossário

Satélite natural: objeto celeste que gira em torno de um planeta principal, como a Lua da Terra.

Fontes: BBC, Brasa, Exame, G1, revista Pesquisa Fapesp, UFMG, UOL e Vida de Bicho.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 200 do jornal Joca.

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