Com fim da política chamada de “Covid zero”, país luta para recuperar o desenvolvimento econômico
A China anunciou, na última semana de 2022, que, a partir de 8 de janeiro deste ano, as restrições de entrada e saída de viajantes nos aeroportos chineses serão suavizadas. Para turistas, não será mais necessário permanecer em quarentena ao chegar ao território chinês, desde que tenham testado para detecção de covid-19 nas últimas 48 horas antes do desembarque e o resultado tenha sido negativo.
A infecção causada pelo novo coronavírus será reclassificada, também no dia 8, pelo governo local, deixando de ser uma doença infecciosa de classe A e passando à classe B. Isso significa que as medidas de contenção do vírus serão menos rígidas.
O objetivo, segundo Hua Chunying, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, é de promover a recuperação econômica e social do país depois de três anos de pandemia. “Com a ômicron [variante do novo coronavírus] menos propensa a causar hospitalização e morte, a China está refinando a política de covid para coordenar melhor a resposta à doença com o desenvolvimento econômico e social”, disse Chunying em sua conta oficial do Twitter.
The government acted responsibly by strictly containing the virus to protect people’s lives. It’s acting responsibly now by facilitating travel&logistics. The key is to take a scientific look at the evolving situation, adapt to the changes, and make the tough yet right decision.
— Hua Chunying 华春莹 (@SpokespersonCHN) December 27, 2022
Em tradução livre do inglês: “As viagens e a logística se tornarão mais tranquilas. A vida e o trabalho voltarão ao normal em um ritmo mais rápido. A vitalidade econômica será imensamente liberada. O governo agiu com responsabilidade ao conter estritamente o vírus para proteger a vida das pessoas, está agindo com responsabilidade agora, facilitando viagens e logística. A chave é dar uma olhada científica na evolução da situação, adaptar-se às mudanças e tomar a decisão difícil, porém correta.”
Além da suspensão da quarentena, a China removerá gradualmente o limite de passageiros em voos internacionais e facilitará a obtenção de vistos para estrangeiros em busca de trabalho, negócios, educação e visita a familiares. A flexibilização da entrada no país vale também para os portos marítimos, que, em decorrência de paralisações e demais protocolos de contenção da doença, estiveram entre os principais pontos críticos da desaceleração econômica da China nos últimos anos (saiba mais aqui e na edição 189 do Joca).
O anúncio da reabertura gradual da China acontece após o país passar por um aumento supostamente expressivo de casos da covid-19, segundo agências de notícias e moradores locais. De acordo com dados divulgados pelo governo chinês, no entanto, o número de casos e óbitos não foram tão altos quanto a mídia mundial estima.
Com a dificuldade de obtenção de dados a respeito do avanço da covid-19 na China, não é possível precisar o número de casos e óbitos causados pela doença. Além disso, em 20 de dezembro, o governo do país asiático alterou o critério que contabiliza óbitos por covid, registrando apenas os casos de novo coronavírus em que a morte foi causada por insuficiência respiratória. Isso fez com que o número de óbitos divulgados pelo governo diminuísse.
A China optou por suavizar as medidas de contenção da doença depois de uma onda de protestos de civis que pediam pelo fim da “Covid zero”. Entenda como foi a política de contenção da covid-19 na China na reportagem especial da edição 186 do Joca.
Fontes: Twitter Hua Chunying Oficial, Comissão Nacional de Saúde da China, Invest SP, Ansa, Agência Brasil, Valor Investe, G1, Exame, O Globo e G1.
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