Por Martina Medina

A campeã de motocross do Zimbábue, Tanya Muzinda, 15 anos, começou a praticar o esporte aos 5 anos. Dificuldades em manter os equipamentos para a prática, que são muito caros, afastaram a garota das pistas em diversos momentos, mas também serviram de inspiração para que ela ajudasse outras crianças.

“Ficar meses sem pilotar é uma das coisas mais difíceis para mim. Isso me fez pensar nas crianças que veem as outras irem para a escola enquanto elas ficam em casa”, disse, em entrevista ao Joca. “Com o dinheiro que ganhei em competições, decidi ajudá-las a pagar seus estudos.”

Tanya Muzinda, atleta mirim de motocross
Tanya Muzinda pratica motocross há dez anos e decidiu ajudar crianças depois que dificuldades a afastaram por um tempo do esporte / #pracegover: Tanya veste roupa específica para motocross preta. Ela está diante do veículo que dirige enquanto conversa com um adulto. Foto: arquivo pessoal_Instagram.

Tanya já foi premiada cinco vezes, entre elas, como esportista do ano do Zimbábue, em 2015. Com suas economias, começou a pagar a mensalidade da escola de 45 crianças carentes em seu país. Hoje, chega a cem o número de jovens que a motociclista ajuda a estudar. No ano que vem, a meta é colocar mil crianças na escola (cem de cada um dos dez estados do Zimbábue).

Esporte e caridade também dirigem os planos da garota para o futuro. Ela sonha em se tornar a primeira mulher africana negra a vencer uma competição mundial de motocross ao mesmo tempo que planeja criar uma fundação para ajudar na formação de um número ainda maior de crianças.

Incentivo para garotas

Tanya foi nomeada pela União Europeia, aos 9 anos, como a mais jovem embaixadora do Zimbábue para o Gênero, a Juventude, o Esporte e o Desenvolvimento. Para ela, ser reconhecida no motocross, esporte mais comum entre homens, também serve para incentivar mais meninas a fazer o que quiserem. “Algumas pessoas vão dizer que o que você quer é impossível para uma garota, mas nunca desista do que você realmente ama”, diz ela.

A colaboração da família é essencial para manter Tanya no esporte. “O motocross usa máquinas que uma criança não pode pilotar sem acompanhamento de adultos”, explica. “Isso o torna um esporte familiar, que fortalece os laços.” Quando ela viaja para competir, são os pais dela que a ajudam a manter as ações de caridade.

Texto publicado na edição 137 do jornal Joca.

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