Entre os dias 12 e 15 de abril, representantes de empresas brasileiras e chinesas — com apoio dos respectivos governos — anunciaram 20 novos acordos comerciais em áreas como tecnologia, alimentação, turismo, saúde, sustentabilidade e indústria automotiva (produção de veículos). Desde março, as duas nações firmaram, no total, mais de 40 compromissos que têm como objetivo fortalecer a economia de ambos os países.

Uma das principais alianças permitirá que o banco Bocom BBM (instituição financeira que se originou da união de um banco brasileiro com um chinês) faça transações diretas da moeda brasileira (real) para a chinesa (renminbi, também chamada de yuan), e vice-versa. Essa conversão será realizada pelo Cips, uma plataforma chinesa que promove pagamentos e transações locais e internacionais (por exemplo, entre empresas brasileiras e chinesas).

#pracegover: Diversas caixas de papelão, indicando que produtos foram feitos na China, estão sobre uma esteira de metal. No final, há três bandeiras da China. Crédito de imagem: GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO

Vantagens
De acordo com Pedro Costa Júnior, professor de relações internacionais e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), essa é uma mudança favorável tanto para o Brasil como para a China, uma vez que o custo da transação entre as moedas dos países vai diminuir.

A redução virá porque não vai mais ser preciso passar, primeiro, pelo dólar — toda troca financeira entre países deve, geralmente, ser convertida primeiro para a moeda dos Estados Unidos. Antes do novo acordo, nas trocas entre Brasil e China havia determinado gasto para transformar o real em dólar e outro para transformar essa quantia em renminbi.

As transações mundiais acontecem dessa maneira porque os EUA, décadas atrás, conseguiram estabelecer o dólar como base da economia internacional — ou seja, a economia norte-americana interfere em praticamente todas as demais.

“A China está tentando ser a maior economia do mundo; hoje ela já é a maior parceira comercial de mais de cem países [entre eles, o Brasil]”, explica Pedro. “[Esse acordo que o governo chinês tem com algumas nações de fazer a transação de moedas sem passar pelo dólar] pode significar certo enfraquecimento do papel dos EUA no mundo e o fortalecimento da China”, completa.

Fontes: CNN, governo federal do Brasil e The People’s Bank of China.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 204 do jornal Joca.

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