Um relatório publicado pela Universidade de Queensland, da Austrália, em parceria com pesquisadores de outros países, no dia 31 de agosto, revelou que baleias jubartes podem compartilhar as mesmas canções, ainda que a 8 mil quilômetros de distância umas das outras.

Os cientistas acreditam que esse é um exemplo de como a cultura e os hábitos desses animais podem evoluir. “Essas mudanças culturais realmente rápidas não são vistas em nenhuma outra espécie animal”, afirmou Ellen Garland, bióloga marinha da Universidade de St. Andrews, em entrevista à revista especializada New Scientist. “Hoje, metade do globo está vocalmente conectado pelas baleias”, ela disse. “É incrível.”

Como a pesquisa foi feita?
Para realizar o estudo, pesquisadores gravaram cantorias no período entre 2016 e 2018. Eles colocaram microfones na água e seguiram os animais por onde quer que fossem. Então descobriram fenômenos curiosos, como o fato de as músicas se espalharem entre as baleias, mesmo a distâncias consideráveis, em curto período. Por exemplo, algumas canções das baleias australianas passaram a pertencer também às baleias que estão na Polinésia Francesa. Depois, alguns trechos da mesma música foram copiados por grupos na costa do Equador.

#pracegover: Jubarte, em tom escuro preta, salta no mar. Ao fundo, há montanhas. Crédito de imagem: Getty Images

Isso acontece quando os animais entram no chamado “nicho acústico” um do outro, enquanto migram. Ou seja, o som reverbera pela água, as baleias ouvem, aprendem a canção e saem replicando por aí. Alguns sons são tão baixos que os humanos não conseguem ouvir, enquanto outros são altíssimos e sempre com muitos detalhes e tons diferentes. Normalmente, a cantoria dura até meia hora.

O que os pesquisadores ainda não sabem é por que as baleias cantam ou escolhem copiar padrões umas das outras. Existem apenas teorias, e a mais popular é a que afirma que os machos fazem isso para atrair a atenção das fêmeas, que não cantam.

JUBARTE
Também conhecida como baleia-corcunda, chega a medir 15 metros de comprimento e pesar até 40 toneladas. Pode ser encontrada em quase todos os mares.

Fontes: Folha de S.Paulo, New Scientist, Royal Society Publishing e Superinteressante.


Esta matéria foi originalmente publicada na edição 194 do jornal Joca.

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