A região tem aquecido, em média, 0,75ºC por década
Um estudo do Instituto Meteorológico Finlandês, publicado na revista Communications Earth & Environment (comunicações da Terra e meio ambiente, em tradução livre do inglês) em 11 de agosto, mostrou que, nas últimas décadas, o Ártico está aquecendo quatro vezes mais rápido do que o resto do planeta. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados coletados por satélites entre 1979 e 2021 e estimaram que a região tem aquecido, em média, 0,75 grau Celsius (ºC) por década.
A diferença em relação ao mundo é provocada por um fenômeno batizado de “amplificação do Ártico”. Por causa da coloração branca, as geleiras ajudam a refletir os raios de sol, enviando calor para a atmosfera. No entanto, quando elas derretem, dão lugar ao mar azul-escuro, que absorve o calor. As mudanças climáticas ocasionadas pela ação humana atuam nesse cenário, acelerando o derretimento.
Ainda assim, o aquecimento acima da média no Ártico não é novidade. Na reunião do Fórum Climático do Ártico de 2020, especialistas já alertavam para o fenômeno, mas, até então, não se sabia da gravidade da situação. “Até agora, a crença era de que o Ártico estava se aquecendo duas vezes mais rápido do que o resto do planeta. Então, fiquei um pouco surpreso quando nossos dados foram muito mais altos”, disse Antti Lipponen, coautor do estudo, em comunicado à imprensa.
Os cientistas alertam que algo deve ser feito para reverter o cenário, pois o derretimento das geleiras pode aumentar o nível dos oceanos e elevar a temperatura em todo o planeta.
Fontes: Correio Braziliense, Nature, ONU News, Superinteressante e UOL.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 192 do jornal Joca.
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