No dia 20 de março, o verão terminou no hemisfério sul, dando início ao outono. Um pouco antes disso, em fevereiro, um fenômeno climático conhecido como La Niña teve seu encerramento confirmado pelos meteorologistas. Com o fim do La Niña, os cientistas alertaram para a chegada de outro fenômeno, o El Niño, que deve elevar as temperaturas em todo o mundo. 

O La Niña e o El Niño são fenômenos naturais que ocorrem no Oceano Pacífico. Ambos afetam de maneiras diferentes a temperatura e os padrões de chuva em todas as regiões do mundo. Ainda há muitas dúvidas não respondidas sobre eles. Por exemplo, não é possível precisar de quanto em quanto tempo podem ocorrer, nem o impacto exato na temperatura.

#pracegover: Imagem mostra os efeitos do El Niño, em 2016, sobre a Indonésia. O fenômeno esquenta as águas do Oceano Pacífico, liberando calor com mais facilidade na atmosfera. Crédito de imagem: NASA

Mas já se sabe que, durante o La Niña, as temperaturas globais reduzem cerca de 0,2 grau Celsius ( o C), enquanto no El Ninõ aumentam 0,2o C. Isso porque o primeiro é responsável por resfriar de modo anormal as águas do Oceano Pacífico, enquanto o segundo aumenta a temperatura dessas águas — como a água quente se espalha com mais intensidade, o calor é liberado com mais facilidade na atmosfera.

O que esperar? A partir do segundo semestre deste ano, o El Niño vai começar a influenciar a temperatura. De forma geral, o próximo inverno no Brasil, que se inicia em junho, deve ser menos frio. No Nordeste a seca pode ser mais severa, enquanto no Sudeste e Sul a incidência de chuvas deve aumentar. 

Ainda há expectativa para o aumento de eventos de seca em regiões dos Estados Unidos e fortes tempestades na Austrália. 

Em entrevista ao Joca, Carine Gama, meteorologista do Climatempo, comenta que não é possível saber com exatidão a duração do El Niño. “A gente só consegue ter informações para os próximos 12 meses. E o que podemos confirmar é que vamos ter o El Niño no nosso inverno, e a primavera e o verão também serão influenciados por esse fenômeno. Mas não há previsão do término”, explicou.

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#pracegover: o gráfico, construído com bolas coloridas, mostra a ocorrência dos fenômenos El Niño e La Niña entre 2013 e 2023. Houve El Niño em 2014, 2015, 2016, 2018, 2019 e 2023. La Niña em 2016, 2017, 2018, 2020, 2021, 2022 e 2023. Há momentos sem nenhum dos dois eventos em 2013, 2014 e 2017. Crédito de imagem: jornal Joca

Fontes: Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, BBC, Climatempo, CNN Brasil e Mundo Educação.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 202 do jornal Joca.

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