O Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou, em 20 de março, um relatório que analisa a situação da Terra em relação à crise do clima. O documento é um resumo de outros seis estudos do órgão. Entre os destaques do texto, os pesquisadores afirmam que é possível garantir um futuro habitável no planeta. Mas, para isso, medidas urgentes precisam ser tomadas. 

O relatório do IPCC é considerado o documento mais importante de informações sobre as mudanças do clima. Os dados do relatório são usados por países e entidades internacionais para adotar medidas oficiais no combate ao aquecimento global.

Medidas urgentes para metas ainda distantes
Em 2015, durante a Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP21), 195 países assinaram um acordo com a seguinte meta: que o aumento da temperatura média do planeta não passasse dos 2 graus Celsius (°C), buscando esforços para limitá-la a 1,5°C. 

Após novos estudos e debates, as nações entenderam que o limite deveria ser mesmo de 1,5°C. Cientistas alertaram que o impacto seria significativamente pior caso a temperatura média da Terra subisse 2°C.

Segundo o novo relatório do IPCC, essa meta é possível, porém está distante. O órgão considera que as ações que vêm sendo implantadas pelos países são insuficientes e que medidas mais urgentes devem ser tomadas. É necessário, por exemplo, que as nações substituam o uso de combustíveis fósseis (como petróleo e carvão mineral), que geram muitos gases poluentes (piorando o efeito estufa), por fontes mais limpas. petróleo e carvão mineral), que geram muitos gases poluentes (piorando o efeito estufa), por fontes mais limpas.

Para chegar ao limite de 1,5°C, as emissões globais desses gases devem ser reduzidas pela metade até 2030, chegando perto de zero em 2050.

Isso porque quase metade da emissão brasileira é causada pelo desmatamento e, segundo Stela, o país tem capacidade e conhecimento para zerar esse problema. “A gente já fez isso no passado. Se tiver vontade política, vamos resolver”, destaca a especialista. 

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#pracegover: gráfico do relatório do IPCC mostra a porcentagem que indica o risco que animais e algas marinhas correm conforme o aumento da temperatura média da Terra, passando por aumentos de 1,5ºC, 2ºC, 3ºC e 4ºC. Foram consideradas 30.652 espécies, entre animais e algas. Fonte e crédito de imagem: IPCC

O Brasil no relatório
Para os cientistas, o Brasil tem um papel crucial no combate ao aquecimento global, principalmente no que diz respeito à conservação da Floresta Amazônica. 

Em entrevista ao Joca, Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, destaca que o Brasil está em posição de vantagem em relação a outros países para diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Além disso, enquanto as nações mais ricas enfrentam o desafio de substituir suas fontes de energia, já que muitas utilizam combustíveis fósseis em larga escala, o Brasil tem alto percentual de fonte energética limpa — cerca de 48% da energia do país vem de recursos renováveis, aqueles que não se esgotam ou que conseguem se recompor em determinado período, como luz solar e força d’água.

ALGUMAS DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO RELATÓRIO DO IPCC

• Os 50 anos entre 1970 e 2020 mostram que a temperatura do planeta nunca aumentou tão rápido ao longo de um período de cinco décadas. Isso potencializa eventos de calor extremo e tragédias naturais, como fortes temporais e inundações, o que adoece populações e causa mortes.

• A elevação da temperatura pode agravar a insegurança alimentar no planeta, isto é, quando uma pessoa não tem acesso a alimentos seguros e nutritivos para alcançar uma vida saudável.

• Cerca de metade da população mundial já está em situação de vulnerabilidade aos impactos climáticos. Essa parcela de habitantes fica, principalmente, em países mais pobres. Nessas regiões, as pessoas têm 15 vezes mais chances de morrer com os eventos climáticos extremos do que as que vivem em nações mais ricas. 

Glossário

Efeito estufa: fenômeno que mantém o planeta aquecido, mas que é intensificado por gases poluentes, como dióxido de carbono. Ao ser liberados (por meios de transporte ou indústrias, por exemplo), esses gases sobem para a atmosfera terrestre e ficam “presos” ali, acumulando-se em uma espécie de camada. Essa camada impede o calor de sair da Terra e, ao ser intensificada pela ação humana, leva ao aquecimento global.

Fontes: BBC, Folha de S.Paulo, Ipea, G1, governo federal, Metrópoles, O Globo, Politize e ONU.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 202 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • zildasilva 6685765

    11 meses atrás

    texto trabalhado, foi muito bom, pois estas noticias para os alunos trouxe reflexão para preservar o meu ambiente e evitar o caos no mundo.

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